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Taxa de aprovação de Trump bate no fundo com ficheiros Epstein

Trump está cada vez mais próximo dos mínimos atingidos no primeiro mandato, com o aumento do custo de vida e o estado da economia a preocuparem os inquiridos.
Tony Webster
19 Novembro 2025, 12h17

A taxa de aprovação de Donald Trump afundou para um mínimo de 38%, o mais baixo desde que regressou ao poder. A pesar na avaliação está o caso relacionado com o pedófilo Jeff Epstein, que já morreu, e a sua ligação ao presidente há anos atrás. Mas não só, com os temas económicos a preocuparem os inquiridos.
A conclusão é de uma sondagem da Reuters/Ipsos e é divulgada na semana em que a Câmara dos Representantes aprovou a divulgação dos ficheiros Epstein, os documentos da investigação judicial a Jeff Epstein. Face à sondagem anterior, Donald Trump caiu dois pontos percentuais.
Donald Trump bem que tentou travar a divulgação, mas a congressista Marjorie Taylor Greene conseguiu, após meses de pressão, levar a sua avante, tendo passado de ser uma fervorosa apoiante do presidente a uma dura crítica pelo meio.
No início do seu segundo mandato em janeiro, Donald Trump contava com uma taxa de aprovação de 47%. Desde então, já afundou nove pontos com a sua popularidade próxima dos mínimos atingidos no primeiro mandato (33%) e perto dos ratings mais baixos do anterior presidente Joe Biden, que atingiu 35%.
Onde é que a pontuação é pior? Analisando as suas políticas, os inquiridos consideram que o custo de vida piorou muito desde que assumiu o cargo, com uma queda de 39% neste tema. Na economia, nova penalização, com uma queda de 24%. Na imigração, recuou 10%. No global, as taxas de aprovação das suas políticas caíram 22% para 20 pontos negativos.
A congressista republicana voltou ao ataque esta semana. “Fui chamada traidora por um homem pelo qual lutei durante seis anos. Dei-lhe a minha lealdade de graça”, disse Marjorie Taylor Greene sobre Trump esta semana em frente ao Capitólio ao lado das vítimas de Jeff Epstein.

“Venci a minha primeira eleição sem o seu apoio, bati oito homens numa primária, e nunca lhe devi nada, mas lutei por ele, pelas políticas e pelo movimento America First. Ele chamou-me traidora por ter apoiado estas mulheres e por ter recusado tirar o meu nome da petição para a libertação dos ficheiros”, afirmou, citada pela “ABC”.

“Vou-vos dizer o que é um traidor. É um americano que serve países estrangeiros e a si próprio”, afirmou, em referência ao apoio dado por Trump a Israel, com Green a ser uma grande crítica do “genocídio” em Gaza, como chamou em julho à intervenção militar do Governo de Netanyahu na Palestina. A congressista republicana também é uma feroz crítica do lobby AIPAC, que promove os interesses de Israel junto do Congresso dos EUA. “Um patriota serve os Estados Unidos da América e as americanas como as mulheres atrás de mim agora”, acrescentou.

Os ficheiros Epstein são um conjunto de documentos que revelam a escala da rede de pedofilia montada por Jeffrey Epstein, que foi amigo de Donald Trump durante muito tempo, contendo os nomes dos clientes, muitos deles famosos e poderosos, do financeiro que se suicidou na prisão.

Várias notícias têm dado conta da relação de amizade entre Trump e Epstein com muitos a questionarem se Trump sabia ou se esteve envolvido nas atividades ilegais e moralmente decadentes de Epstein. Há muitos vídeos e há muitas fotografias dos dois homens em eventos sociais ao longo dos anos, em amena cavaqueira.

A base de apoio ao presidente – o movimento informal MAGA (Make America Great Again) – tem pressionado pela divulgação dos ficheiros, isto depois de Trump ter fomentado teorias de conspiração durante anos sobre os ficheiros Epstein, envolvendo Bill Clinton, o ex-presidente democrata.

Em 2010, Jeffrey Epstein declarou, sob juramento, a um advogado de uma vítima sua menor de idade, que tinha socializado com Donald Trump e invocou a 5a, 6a e 14a emendas (que protegem da auto-incriminação e garantem direitos judiciais a um acusado, como apoio jurídico e um julgamento rápido) para não responder se tinha socializado com Trump na presença de raparigas com menos de 18 anos, revelou o “Daily Wire” em 2016.

Donald Trump foi acusado em julho de realizar manobras de diversão, segundo os seus críticos, tentando desviar atenções do caso, mas sem grande sucesso, entre acusar Barack Obama de traição, divulgar relatórios do FBI sobre Martin Luther King, atacar publicamente a juíza que tem o caso de Harvard vs Trump, publicar vídeos aleatórios, ou tentar impedir que uma equipa de futebol americano construa um estádio porque quer que os Washington Commanders voltem a ter um nome que é considerado uma ofensa racial aos nativos americanos (redskins).

“Trump tem um medo de morte dos ficheiros Epstein”, disse na altura o ex-congressista republicano Joe Walsh citado pela “ABC”.

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