Em junho de 2014, navegando em áreas desconhecidas, o Banco Central Europeu baixou a sua taxa de juro sobre depósitos. Na verdade, seguiu o exemplo dos bancos centrais de Suíça e Suécia que já haviam feito o mesmo, pouco antes. Entretanto, também o Banco do Japão adotou esta política monetária, baixando para taxas de juro negativas.
Mas, na prática, como é que isto funciona? De que forma é que pode afetar as suas poupanças e créditos? Vai mesmo pagar menos pelos empréstimos que pede? Ou vai incentivá-lo a meter dinheiro “debaixo do colchão”?
Não necessariamente, mas esta pode ser uma das consequências das taxas de juro negativas. No âmbito das taxas de juro negativas, os bancos começarão a ter que pagar uma taxa sempre que quiserem manter depósitos junto do banco central (o Banco de Portugal, por exemplo, denomina-o de facilidade permanente de depósito).
O objetivo é evitar que os bancos mantenham muitas destas reservas “paradas” e, ao invés, façam o crédito fluir para a economia.
Em teoria, os bancos preferirão emprestar e conseguir algum retorno (mesmo a taxas de juro mais reduzidas) do que manter estes depósitos junto ao banco central e pagar por isso. A concorrência entre os bancos para emprestarem os fundos em excesso pode levar a que as taxas de juro em créditos pessoais, cartões de crédito e afins desçam.
Portanto, é provável que a sua prestação desça. E, sim, em certos casos até é possível que alguns emprestadores paguem pelo empréstimo que cedem.
Taxas de juro negativas: prepararo-me para algo mau?
Como dissemos acima, com taxas de juro negativas navega-se em águas desconhecidas. Portanto, como é costumeiro dizer-se, é perfeitamente possível que saia o “tiro pela culatra”. Em primeiro lugar, é natural que os instrumentos de poupança saiam penalizados.
Possuindo um excesso de liquidez de que se querem livrar, os bancos passarão a remunerar menos produtos como os depósitos a prazo. Ou seja, terão menos incentivos para atrair novos depósitos, logo procurarão remunerá-los menos. É até possível que os clientes passem a ter que pagar uma taxa por terem dinheiro depositado no banco.
Em casos extremos, tal até pode levar a uma corrida aos bancos com os depositantes a preferirem guardar o dinheiro “debaixo do colchão” (onde não recebem, mas também não pagam nada) privando as instituições de reservas.
Aqui, o feitiço pode virar-se contra o feiticeiro e com a menor disponibilidade de fundos, as taxas de juro podem voltar a aumentar. Isto porque, se o banco tiver poucos fundos para emprestar, a raridade dos mesmos torná-los-ia mais “caros”.
No entanto, pelo que foi experienciado até ao momento, constata-se que enquanto as taxas de juro negativas forem moderadas, as pessoas preferirão sempre ter o dinheiro no banco. Isto porque, mesmo pagando uma prestação (desde que baixa), ter dinheiro no banco sempre é mais seguro e cómodo que o manter em casa.
Finalmente, e principalmente no crédito à habitação, é possível que, simplesmente os bancos deixem de ceder crédito. Isto porque, este tipo de empréstimo tende a estar indexado à Euribor que é bastante sensível a estas oscilações nas taxas de juro.
Se a Euribor for empurrada para níveis excessivamente negativos, os bancos podem ter que passar a pagar para emprestar. Uma reação das instituições financeiras pode ser de deixar de disponibilizar crédito que lhe traga prejuízo.
A melhor forma para estar preparado é estar informado. Compare as soluções de crédito disponíveis e não deixe de ler os nossos últimos conselhos e novidades.
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com