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‘Tech centre’ do Porto vai ser fundamental para crescimento da Euronext, diz Isabel Ucha

O centro tecnológico da gestora de bolsas europeia foi inaugurado no Porto em 2017 e já duplicou o número de colaboradores para cerca de 160. O crescimento deverá continuar, dada a aposta da Euronext no ‘post-trade’, na plataforma Optiq e na cibersegurança, afirma a presidente da Euronext Lisbon.
Cristina Bernardo
14 Outubro 2019, 19h34

“O Porto vai ser fundamental para a Euronext CSD for Europe”. Sem querer adiantar números, Isabel Ucha, presidente da Euronext Lisbon, não disfarça o objetivo: o centro tecnológico inaugurado no Porto já duplicou o número de colaboradores desde 2017 para 160 e “muito provavelmente” vai continuar a contratar.

“Temos cerca do dobro das pessoas que começaram no centro quando abriu em 2017. Não tenho números sobre objetivos para o próximo ano e para o ano seguir. O que temos certeza é que muito provavelmente vão continuar a crescer”, referiu, numa apresentação sobre os impactos em Portugal do plano estratégico do grupo Euronext, lançado na semana passada.

“Havendo o vetor estratégico ligado ao post-trade, o centro tecnológico do Porto vai ser uma plataforma de suporte fundamental para o desenvolvimento da componente tecnológica daquilo que vai ser a Euronext CSD for Europe ou a Euronext post-trade“, sublinhou Isabel Ucha.

Explicou que a nova área do post-trade “é tudo o que acontece depois da negociação”.

Com a aquisição da Bolsa da Noruega, o grupo Euronext passou a ter passou a ter duas chamadas CSD (Central Securities Depositories) ou centrais de registo de liquidação de títulos – a Interbolsa em Portugal [no Porto] e a VSP na Noruega. Além disso também adquiriu três participações, uma na Euroclear, uma na LCH e outra na Euro CCP,

“A intenção é pegar neste conjunto de ativos e porventura noutros que venhamos a acrescentar e desenvolver uma nova atividade com a nossa missão de desenvolver a infraestrutura pan-europeia, porque agora não somos só bolsa, temos também outros elementos da infraestrutura do mercado”, adiantou a gestora.

“Entendemos que esta área do post-trade é muito segmentada, fragmentada na Europa. Há mais de 30 CSD na Europa e portanto haverá eventualmente oportunidades de consolidação”, sublinhou.

Questionada se aquisições nesta nova área poderão substituir a tendência de compra de bolsas como a da Noruega e da Irlanda, Ucha respondeu que não, que serão complementares.

Optiq e cibersegurança dão força ao Porto

“Temos boas razões para estarmos muito satisfeitos com estes desenvolvimentos em termos de impacto para Portugal e para a Euronext em Portugal”, sublinhou a presidente da Euronext Lisbon.

Recordou que a Euronext ainda está a fazer implentação da solução Optiq este ano para os derivados “e com isso teremos a tecnologia state of the art na negociação de mercados bolsistas e este desenvolvimento foi feito em boa parte pela equipa que está no Porto”.

O objectivo é continuar a desenvolver ou aplicar esta plataforma a mais produtos, a mais mercados, especialmente porque a Euronext está a a integrar a bolsa de Oslo no Optiq, e a mais clientes, porque a plataforma não serve apenas a plataforma Euronext, serve outras bolsas e clientes que não são bolsas, grandes bancos que têm plataformas de negociação.

“Tudo isto vai alargar o âmbito da atividade do centro tecnológico do Porto, até porque por exemplo a área de implementação do Optiq noutros clientes está especificamente sediada no Porto”, explicou Ucha.

“Outra atividade que é crucial cada vez mais fundamental e ocupa cada vez mais colaboradores é a cibersegurança. É absolutamente crítica numa infraestrutura como esta e cada vez mais complexa à medida que vamos acrescentando mercados e serviços”, salientou a presidente da Euronext Lisbon. “Esta equipa está integralmente no Porto, todos os colaboradores que trabalham na cibersegurança na Euronext estão no Porto”.

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