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Tecnologia nascida na Universidade do Minho melhora a avaliação de doentes cardíacos

Investigadores do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde criaram um software que converte a ecocardiografia de duas para três dimensões, o que pode vir a ser decisivo para avaliar doentes na urgência e nos cuidados intensivos.
3 Agosto 2024, 18h17

Uma equipa do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde da Universidade do Minho criou um software que converte a ecocardiografia de duas para três dimensões, o que pode vir a ser decisivo para avaliar doentes na urgência e nos cuidados intensivos. A inovação agrega cinco vistas cardíacas em 2D para formar uma em 3D, de forma simples e acessível.

Os cientistas fizeram os testes com imagens simuladas e incidem agora em casos reais e a expectativa agora é de que o software possa ser adotado na prática clínica de hospitais, centros médicos e laboratórios em geral.

O software foi desenhado por Sandro Queirós, João Freitas (ambos na foto), João Fonseca e Jorge Correia Pinto, todos do ICVS da Escola de Medicina da UMinho, com a parceria de Jaime Fonseca, do Centro Algoritmi da Escola de Engenharia da UMinho, e Claudia Tonelli, do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, no Brasil, e anunciado na revista científica Medical Image Analysis.

O ecocardiograma é muito utilizado para diagnosticar problemas cardíacos. Trata-se de um exame seguro e não invasivo que usa ondas de som (ultrassons) para criar imagens em 2D do coração, como a forma, o tamanho, o movimento das paredes e o fluxo de sangue nas suas válvulas e câmaras. A visão tridimensional do ecocardiograma vai permitir detalhar a anatomia e a ação do coração, nomeadamente eventuais problemas.

O novo software, apelidado de focused cardiac ultrasound, FoCUS, é, segundo os cientistas, essencial para “uma avaliação rápida das estruturas cardiovasculares e da função cardíaca à cabeceira do doente, sobretudo em contextos críticos”. Atualmente, dizem, a maioria das unidades de saúde realiza ecocardiografias com equipamentos de qualidade média, com limitações no número de vistas adquiridas e que está dependente da experiência dos operadores, o que pode resultar numa avaliação essencialmente qualitativa da situação do doente.

“A nossa ferramenta supera estas limitações e explora o potencial de todas as vistas cardíacas num mesmo espaço tridimensional”, afirma a investigadora Sandro Queirós.

Por seu turno, João Freitas revela que os testes preliminares da equipa em dados sintéticos realistas validaram a eficácia desta abordagem e as técnicas 3D foram uma melhoria significativa face aos métodos geométricos bidimensionais utilizados na prática clínica.

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