[weglot_switcher]

“Nvidia e Intel? Tecnológicas podem estar sobreavaliadas na capacidade de gerar receita”, alerta economista

O economista António Duarte realça ao JE que estas perdas não foram de todos inesperadas para os investidores: “Em bom rigor, qualquer investidor já estaria à espera desta correção, era expectável porque estávamos num mecanismo de política de taxa de juro bastante elevada”.
Sete Magníficas Wall Street
5 Agosto 2024, 16h10

As grandes tecnológicas que operam na área da Inteligência Artificial podem estar sobreavaliadas naquilo que é a sua capacidade de gerar receita. Esta é uma das conclusões do economista António José Duarte que fez o retrato no panorama muito negativo que trespassa os mercados acionistas mundiais desde o final da semana passada.

“Temos aqui algum ‘over price’ de algumas companhias tecnológicas e alguma expectativa que as empresas que vendem mais em Inteligência Artificial possam estar sobreavaliadas naquilo que é a sua capacidade de receita, nomeadamente a Nvidia e uma quebra significativa da Intel”, destacou este especialista ao JE.

No entanto, António Duarte realça que estas perdas não foram de todos inesperadas para os investidores: “Em bom rigor, qualquer investidor já estaria à espera desta correção, era expectável porque estávamos num mecanismo de política de taxa de juro bastante elevada”.

Destaca este economista que esta tendência negativa “deverá continuar a suceder esta semana” com o mercado “a corrigir os fortes ganhos com alguma materialidade e com o índice de volatilidade a estar no ponto mais alto desde a pandemia e no segundo ponto mais alto desde a crise de 2008. Isso leva-nos a crer que vamos assistir a correções significativas em empresas com algum peso no S&P 500”.

António Duarte aponta três razões para que esteja a acontecer esta correção nos mercados: os dados do emprego nos EUA que fez aumentar “significativamente” o risco de uma recessão nos EUA e assim gerou-se um conjunto de riscos que não estavam a ser totalmente assimilados pelos mercados; a alteração de política monetária no Japão e a cada vez maior pressão sobre a Fed relativamente àquela que será a política de descida das taxas de juro este ano.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.