A Teixeira Duarte, através das suas subsidiárias integralmente detidas Teixeira Duarte – Gestão de Participações e Investimentos Imobiliários (TDGPII) e a IMOTD – Sociedade Gestora de Participações Sociais (IMOTD), formalizaram esta segunda-feira com os bancos – Banco Comercial Português, Caixa Geral de Depósitos e Novobanco – a entrega de ações representativas de parte do capital social de cinco sociedades comerciais convertidas previamente em sociedades de investimento coletivo imobiliárias.
Esta transação, já prevista no Acordo de Refinanciamento celebrado e comunicado ao mercado no dia 27 de março de 2025, entre a subsidiária integralmente detida EI01 – Empresa de Serviços Intragrupo e os bancos, gera uma perda nas contas do Grupo Teixeira Duarte de 2,7 milhões de euros e permite a liquidação de dívida do Grupo Teixeira Duarte aos Bancos, no montante de 78,3 milhões de euros.
“Concretiza-se, desta forma, um relevante passo já previsto no acordo de refinanciamento do Grupo Teixeira Duarte, que cria as condições necessárias para que o Grupo continue a desenvolver, de forma sustentada, as suas atividades, nomeadamente nas áreas de construção e promoção imobiliária”, lê-se no comunicado.
A entrega de ações, agora concretizada, tem um impacto positivo nas contas do Grupo, resultante da valorização do interesse retido pelo Grupo Teixeira Duarte nas referidas sociedades, de cerca de 35 milhões de euros, ao permitir que as contas do Grupo passem a traduzir, periodicamente, o desempenho dos empreendimentos imobiliários por elas desenvolvidos, nomeadamente – “Vila Rio”, “Garridas 1867”, “Quinta de Cravel” e “Douro Design District”.
Recorde-se que em março foi comunicado que o Grupo Teixeira Duarte refinanciou 95% do seu passivo bancário, após ter chegado a um acordo com o BCP, a Caixa Geral de Depósitos e o Novobanco para o refinanciamento da dívida no valor de 654,4 milhões de euros. A dívida a estes três bancos representa 95% de todo o passivo bancário da construtora.
Segundo o comunicado na altura, a operação passa pela celebração de dois novos contratos de financiamento num montante global de 654,4 milhões bem como no estabelecimento de uma nova linha de garantias bancárias de montante máximo de 190 milhões.
As garantias são para a Teixeira Duarte poder entrar nos concursos, pois tal é exigido nas obras (construção civil e obras públicas).
“Os termos dos novos financiamentos, designadamente as respetivas remunerações e maturidades, promovem a estabilidade financeira e o desenvolvimento sustentado das atividades do Grupo”, garante a Teixeira Duarte.
Na sequência desta operação, “a dívida bruta do Grupo Teixeira Duarte aos bancos será reduzida de 654,4 milhões de euros para 576,1 milhões de euros, consolidando a trajetória constante de redução do passivo bancário”, pode ler-se no comunicado.
Nos termos do acordo de refinanciamento e renovação integral da sua dívida assinado entre a empresa EI01 – Empresa de Serviços Intragrupo (da Teixeira Duarte) – uma entidade dedicada à gestão de créditos, que concentrou a totalidade da dívida do Grupo Teixeira Duarte ao BCP, CGD e Novobanco – uma das tranches dos novos contratos de financiamento, no montante de 78,3 milhões, será integralmente amortizada mediante a entrega de ações de cinco sociedades de investimento coletivo imobiliárias a serem constituídas através da transformação de cinco sociedades imobiliárias do Grupo Teixeira Duarte, prevendo-se a concretização desta transação ainda no ano de 2025.
É esta operação que foi hoje formalizada.
Isto quer dizer que os bancos fazem um novo financiamento de 654,4 milhões que cobre o anterior no mesmo valor, mas 12% desse crédito é amortizado pela Teixeira Duarte com ações de cinco sociedades de investimento coletivo imobiliárias do Grupo Teixeira Duarte. É na sequência desta amortização, que a dívida bruta do Grupo Teixeira Duarte aos bancos é reduzida de 654,4 milhões para 576,1 milhões de euros, “consolidando a trajetória constante de redução do passivo bancário”.
“Adicionalmente, decorrente do referido Acordo, a dívida nominal remanescente com os bancos, após a amortização da tranche acima indicada de 78,3 milhões, passará a ser apresentada como passivo não corrente um montante de 541,1 milhões, tendo sido estabelecido um novo plano de reembolso que prevê um alongamento da respetiva maturidade e uma otimização do seu custo de financiamento”, segundo a construtora.
Assim, após a amortização da tranche de 78,3 milhões de euros, passará a ser apresentada como passivo não corrente um montante de 541,1 milhões de euros, a que acrescem mais 190 milhões de euros de divida corrente, tendo sido estabelecido um novo plano de reembolso que prevê um alongamento da respetiva maturidade e uma otimização do seu custo de financiamento.
“Os termos dos novos financiamentos, designadamente as respetivas remunerações e maturidades, promovem a estabilidade financeira e o desenvolvimento sustentado das atividades do Grupo Teixeira Duarte”, indica o documento.
Desde 2010 que o Grupo Teixeira Duarte reduziu o seu passivo bancário em cerca de 1.400 milhões de euros. De recordar que, no primeiro semestre de 2024, a empresa apresentou lucros no valor de 9,5 milhões de euros, depois dos prejuízos de três milhões de euros verificados no semestre homólogo de 2023.
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