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O candidato da Iniciativa Liberal às eleições europeias, João Cotrim Figueiredo, considera que a União Europeia tem de ser reformada para que volte a ser “um espaço de liberdade sem qualquer espécie de reserva, volte a ter paz e segurança dentro das suas fronteiras e à volta das suas fronteiras e volte a ser um espaço de prosperidade que dê oportunidades a quem cá fica”.
A prioridade, diz, tem de ser a prosperidade, o crescimento económico. “Por termos deixado de pôr a prosperidade como os objetivos principais da União – continuar a aprofundar o mercado único, a dar mais oportunidades às empresas e às pessoas – começámos a perder a corrida e a Europa começou a ficar para trás”, critica.
“Acho que os responsáveis políticos [europeus], de uma forma geral, tiraram os olhos da bola”, sublinha.
Para concretizar uma mudança, defende que é necessário voltar a investir numa maior integração, económica, regulatória, integração de regras e de princípios, mas também política, para que a União Europeia (UE) possa acomodar um alargamento.
Isto passa, também, por um aprofundamento do mercado comum. “Temos de avançar mais rapidamente no aperfeiçoamento do mercado único dos bens e serviços, que já existe, mas acrescentar-lhe os serviços digitais, o mercado de capitais, a união bancária e integração que permita a atividade económica em qualquer país de ser transferível ou executável noutro espaço, noutro Estado da União, sem demasiadas diferenças”, diz.
O alargamento, “porque tem de ser feito”, obriga a reformas, na segurança e defesa, nas instituições, na revitalização do mercado único, e Cotrim de Figueiredo considera que o português António Costa não tem o perfil necessário para a função. “Quem não reforma Portugal não vai reformar a Europa e o Conselho Europeu é o mais político dos órgãos”, diz.
Em Discurso Direto, ao Jornal Económico e ao NOVO, João Cotrim Figueiredo diz acreditar que as três forças que têm garantido a estabilidade do projeto europeu – Partido Popular Europeu, Socialistas e Liberais – continuarão maioritárias, mas que a ascensão dos extremos pode ter consequências, por alterar os termos da discussão. “É evidente que a natureza da discussão vai tornar-se diferente e espero que não a utilidade da discussão, porque é muito difícil tentar fazer discussões produtivas com vista a melhorar aquilo que está sob discussão se tivermos, no mesmo tempo e no mesmo período, a ter de afastar ideias mais bizarras, rocambolescas ou inaceitáveis que venham dos extremos do Parlamento”, diz.
Outro desafio que a UE enfrenta é o da imigração, porque é necessária num continente a envelhecer, mas que tem sido difícil de gerir. Cotrim de Figueiredo diz, em primeiro lugar, que não pode haver tabus na discussão. “Quanto maior dificuldade ou pudor tivermos a falar do assunto e a reconhecer os problemas que existem e a propor soluções humanas para esses problemas, mais esse pasto é fértil para os extremistas populistas”, alerta. E dá o exemplo português da “perceção de descontrolo” que existe quanto ao tema, “que pode até ser empolada aqui ou acolá, mas tem uma base na realidade. Falta organização, falta fiscalização e, em resultado disto, falta integração”, aponta. Os 400 mil pedidos de regularização sem resposta comprovam-no.
O objetivo da Iniciativa Liberal é eleger um deputado ao Parlamento Europeu, quando, atualmente, não tem nenhum. “Se a situação política e o próprio decurso da campanha o proporcionar obviamente que não hesitaremos em fazer e ambicionar mais”, ou seja, chegar ao segundo eleito.
Eleições, mesmo europeias, têm uma leitura nacional. “É inevitável”, diz João Cotrim de Figueiredo, mas considera que não devem ter consequências para o Governo. “Para os candidatos, sim, para os candidatos devem ter consequências, até porque estas eleições são particularmente personalizadas”, acrescenta.
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