No restaurante “O Madeirense”, nas Amoreiras, Manuel Fernandes sabe receber todo o tipo de clientes. Seja um grupo de turistas chineses, que deseja tomar a primeira refeição do dia, ou um almoço mais recatado entre dois banqueiros, o dono do estabelecimento encaminha-os para a mesa preparada. “Do meio-dia às 15h00 não estou para ninguém, exceto clientes. Eu tenho muitos amigos ao almoço mas com uma vantagem: ainda pagam”, diz ao Económico Madeira.
A gastronomia é variada e de todas as regiões. Da espetada à madeirense (lombo, vitela e tradicional), passando pelo filete de espada com banana, a ilha está igualmente bem representanda n’ “O Madeirense”, que se prepara em janeiro do próximo ano para celebrar 40 anos de história. “É um prazer ainda estar vivo e com consistência. Hoje o restaurante não é só comer. Há que receber bem e com simpatia. Eu quando era empregado já era assim”, acrescenta.
Ao longo destas quatro décadas, Manuel Fernandes fala sobre algumas das personalidades que mais o marcaram. “O António de Almeida Santos almoçou aqui no dia em que morreu e disse-me ‘até manhã’. O banqueiro Horácio Roque também me marcou”, conta. Os artistas Simone de Oliveira e Ruy de Carvalho, os antigos banqueiros Jardim Gonçalves e Filipe Pinhal, Alberto João Jardim ou Miguel Albuquerque, também fazem parte da lista de clientes. “Se o Alberto João entrar aqui, para as pessoas que estiverem no restaurante, ele é uma espécie de chefe de Estado. Se entrar o Miguel Albuquerque é o presidente do Governo da Madeira. Quando o Alberto João Jardim vinha aqui, as pessoas levantavam-se para o cumprimentar”, revela.
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