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Tensões geopolíticas arrastam Wall Street para terreno negativo

As tensões em Cachemira, entre o Paquistão e a Índia, subiram de tom nos últimos dias. A Índia estacionou aviões no território do Paquistão, algo que não acontecia desde 1971. Horas depois, os dois países anunciaram que atingiram e disparam sobre os aviões dos opositores.
Reuters
27 Fevereiro 2019, 14h59

Os três principais índices da bolsa de Nova Iorque abriram a sessão desta quarta-feira em baixa, numa sessão que será marcada pelas tensões entre, por um lado, a Índia e o Paquistão, e, por outro, pela cimeira entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte.

O S&P 500 abriu a sessão a perder 0,22%, para 2.787,68 pontos; o tecnológico Nasdaq recua 0,24%, para 7.106,47 pontos; e o industrial Dow Jones cede 0,22%, para 25.999,42 pontos.

A conjuntura internacional está a pesar no ânimo dos investidores, no dia em que os dois chefes de Estado norte-americano e norte-coreano se encontram pela segunda vez, em Hanói, a capital do Vietname. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já disse que a relação com o líder norte-coreano, Kim Jong-Un é positiva e disse que ambos irão desenvolver esforços com vista à desnuclearização da Coreia do Norte.

As tensões em Cachemira, entre o Paquistão e a Índia, subiram de tom nos últimos dias. A Índia estacionou aviões no território do Paquistão, algo que não acontecia desde 1971. Horas depois, os dois países anunciaram que atingiram e disparam sobre os aviões dos opositores.

“As tensões entre a Índia e o Paquistão estão a pesar no sentimento dos investidores esta manhã [em Nova Iorque], num dia preenchido com eventos importantes”, disse Peter Cardillho, economista-chefe da Spartan Capital Securities em Nova Iorque.

O presidente da Reserva Federal dos EUA, Jerome Powell, volta esta tarde ao Senado para outra sessão de perguntas e respostas junto dos senadores. “Não esperamos que o presidente da Fed altere o seu discurso e, por isso, o foco dos investidores estará centrado no confrontos geopolíticos e na cimeira entre Trump e Kim, pelo que teremos uma sessão mista”, frisou o economista-chefe.

 

Esta terça-feira, Jerome Powell reforçou a ideia que a Fed iria ser paciente em relação às subidas das taxas de juro

A posição da Fed e o otimismo em torno das negociações comerciais entre os EUA e a China subiram os títulos das empresas nas últimas semanas, colocando o índice de referência S&P 500 cerca de 5% acima dos máximos registados em setembro de 2018.

 

Nas empresas, as ações da Best Buy, retalhista especializada em produtos eletrónicos, dispararam mais de 14% depois de ter apresentado resultados trimestrais acima das expectativas, e também por ter anunciado uma subida dos dividendos e um plano de share buyback.

Também a Lowe’s, uma empresa de retalho especializada em produtos para a habitação, também está subir 2,88%, depois de ter apresentado lucros acima do estimado.

 

Em termos macro-económicos, o foco estará no relatório sobre as encomendas de bens transformados relativo a dezembro de 2018, elaborado pelo Departamento de Comércio norte-americano. A agência Reuters dá conta que os analistas esperam uma subida de 0,5% em relação a novembro.

Nas matérias-primas, o petróleo prolonga a trajetória ascendente. O Brent do Mar do Norte, referência para o mercado europeu, está a subir 1,13%, para 65,95 dólares. Do outro lado do Atlântico, o West Texas Intermediate, referência para o mercado norte-americano, está a valorizar 2,11%, para 56,67 dólares.

 

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