Uma empresa luso-neerlandesa tem um projeto para criar um corredor de combustíveis verdes entre Portugal e o norte da Europa. A Madoqua anunciou esta terça-feira que assinou um memorando de entendimento operacional com várias empresas para concretizar o projeto.
A companhia está a desenvolver um projeto de derivados de hidrogénio verde em Sines, com o objetivo de produzir amoníaco verde e e-metanol, com base em energias renováveis, um investimento previsto de 1,3 mil milhões de euros na primeira fase.
Mas para exportar estes dois combustíveis está também a desenvolver o Terminal de Combustíveis Verdes da Madoqua, infraestrutura necessária para colocar os combustíveis em navios e exportá-los para o norte da Europa, um investimento de 500 milhões de euros, anunciou hoje.
Este terminal vai “armazenar, gerir e abastecer combustíveis alternativos no porto de Sines, com acesso livre e operado com recurso a energias renováveis”. A infraestrutura de exportação constitui uma “parte fundamental da operacionalização do corredor de combustíveis verdes nas duas fases previstas para o desenvolvimento da instalação de exportação em Sines”.
O que implica o memorando? “As partes apoiarão o desenvolvimento de infraestruturas transfronteiriças e a promoção de derivados de hidrogénio verde e de tecnologias de captura, utilização e armazenamento de carbono (CCUS), com o objetivo de alcançar a independência energética europeia, assegurando o fornecimento de combustível renovável de baixo custo a partir de Portugal”, pode-se ler no comunicado.
Entre os signatários estão empresas e instituições nacionais como o Porto de Sines e a Associação Empresarial de Sines, a Secil, a REN, a FLOENE, a Câmara de Comércio e Indústria Luso Alemã, a BDO Incentives e a MadoquaPower2X. Entre os signatários internacionais estão os Portos de Roterdão e de Duisburgo (Duisport), a CIP – Copenhagen Infrastructure Partners, os bancos ING e MUFG, os operadores de terminais Tepsa e Chane, as empresas de transportes marítimos MOL e NCL, a empresa agroalimentar Cargill, a Hyperion Renewables, a Proton Ventures, a KBR, a Thyssen Krupp, a Siemens, a NRW.Energy4Climate (agência estatal para a energia e a proteção do clima na Renânia do Norte-Vestefália), e a finlandesa Horisont Energi.
Entre os signatários estão parceiros financeiros, operadores de terminais, instituições de I&D, empresas industriais empenhadas na descarbonização, produtores de combustíveis verdes e fornecedores de combustíveis alternativos, segundo o comunicado.
A empresa recorda que no início de novembro foi assinado uma Declaração Conjunta de Intenções para o desenvolvimento deste Corredor Verde entre os governos da Alemanha, Renânia do Norte-Vestefália e Portugal, e entre a Madoqua e os portos de Sines (APS), Roterdão (POR) e Duisburgo (Duisport).
“Este MoU procura pôr em ação os acordos a nível governamental e portuário, reiterando a importância de todas as partes interessadas (públicas e privadas) no avanço dos objetivos climáticos da União Europeia e no desenvolvimento da indústria global de combustíveis verdes”, pode-se ler.
Em comunicado, Marloes Raes da Madoqua disse: “A transição energética é uma jornada na qual as parcerias são fundamentais para o sucesso. A nossa recente colaboração nos portos foi concebida para tornar esta abordagem uma realidade. O desenvolvimento de instalações de nova geração centradas na produção de e-fuels é apenas uma peça do puzzle do corredor integrado de combustíveis verdes. Uma quantidade significativa de infraestruturas portuárias, de serviços de abastecimento de combustível e de transporte existentes tem de ser readaptada, expandida ou construída de raiz para satisfazer a procura futura de e-fuels por parte da indústria naval e do setor industrial”.
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com