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Tesla condenada a pagar 137 milhões de dólares a ex-funcionário vítima de racismo

Owen Diaz, um colaborador contratado pela empresa de Elon Musk através de uma agência de trabalho em 2015, enfrentou um ambiente de trabalho hostil no qual os colegas usaram apelidos para denegri-lo, através de insultos como “volta para a África”, frases racistas com o seu nome na casa de banho e, até, um desenho racista no seu espaço de trabalho.
6 Outubro 2021, 15h11

Um tribunal federal de São Francisco decidiu que a Tesla terá de pagar a um ex-funcionário, Owen Diaz, cerca de 137 milhões de dólares (118 milhões de euros) depois de Diaz ter sofrido de abusos “racistas” enquanto trabalhava. O júri acabou por atribuir uma indemnização superior à que pediram os advogados de Diaz, incluindo 130 milhões de dólares (112,5 milhões de euros) em danos punitivos e 6,9 milhões de dólares (5,9 milhões de euros) por sofrimento emocional, avança a “CNBC”.

Owen Diaz, um ex-funcionário contratado pela empresa de Elon Musk através de uma agência de trabalho em 2015, enfrentou um ambiente de trabalho hostil no qual, segundo disse em tribunal, os colegas usaram apelidos para denegri-lo, através de insultos como “volta para a África”, frases racistas com o seu nome na casa de banho e, até, um desenho racista no seu espaço de trabalho.

De acordo com os advogados de Diaz, o caso só avançou para tribunal porque o trabalhador não assinou uma das cláusulas obrigatórias da Tesla sobre acordos de arbitragem. A Tesla usa a arbitragem obrigatória para resolver disputas de forma interna, a fim de evitar que os incidentes acabem em tribunal.

Tal como outras empresas que utilizam a arbitragem obrigatória, a Tesla raramente enfrenta danos significativos ou toma medidas corretivas profundas após resolver uma disputa. No entanto, a Tesla foi obrigada a pagar um milhão de euros, como resultado de um acordo de arbitragem – a outro ex-funcionário, Melvin Berry, que também enfrentou um ambiente de trabalho racista e hostil na Tesla.

“Pudemos colocar o júri no lugar do nosso cliente”, disse o advogado de Diaz à “CNBC”. “Quando a Tesla veio ao tribunal e tentou dizer que eles tinha tolerância zero e que estavam a cumprir o seu dever, o júri ficou ofendido com isso porque, na verdade, era responsabilidade zero.”

Uma acionista ativista, Nia Impact Capital, está a pedir ao conselho da Tesla que estude os efeitos da arbitragem obrigatória nos seus próprios funcionários e cultura. Em particular, o fundo de impacto social com sede em Oakland está preocupado que a arbitragem obrigatória possa permitir e ocultar o assédio sexual e a discriminação racista das partes interessadas da Tesla, prejudicando os funcionários, diminuindo a moral e a produtividade, e até pesar nos resultados financeiros.

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