Daniel Ives é conhecido por ser um dos analistas mais ‘bullish’ da Tesla em Wall Street, isto é, que mais tem apostado na cotada.
“Temos sido um dos maiores apoiantes de Musk e da Tesla na última década, mas esta situação não é sustentável e a marca Tesla sofre a cada dia que passa como um símbolo político”, escreveu.
Mas a aposta chegou ao fim, depois de ter anunciado um corte de mais de 40% no preço-alvo da empresa: “a Tesla tornou-se essencialmente num símbolo político globalmente”, escreveu num relatório no domingo citado pela “Bloomberg”.
“Chegou a altura de Musk de tomar decisões, analisar o ambiente e ser um líder neste tempo de incerteza”, acrescentou.
“A armagedeão económico tarifário desencadeado pela administração Trump é um duplo golpe para Tesla. As tarifas vão afetar a Tesla, toda a cadeia de abastecimento e a sua presença global”, afirmou.
A companhia obtém uma parte significativa dos seus componentes da China, incluindo peças e baterias, assim como de outros mercados, com estes produtores a sofrerem agora um agravamento com as tarifas impostas por Donald Trump, provocando pressão nos preços dos veículos.
O analista cortou o preço-alvo dos 550 dólares para os 315 dólares, com o valor anterior a ser o segundo mais elevado entre 72 analistas seguidos pela “Bloomberg”.
A maior preocupação é que a Tesla seja apanhada no meio da guerra comercial entre os EUA e a China, país onde gerou mais de um quinto das suas receitas em 2024.
Pequim já anunciou que pretende impor uma tarifa de 34% sobre todos as importações dos EUA a partir de 10 de abril, em resposta às tarifas de Donald Trump.
“Isto vai levar mais consumidores chineses a comprarem carros feitos no país como a BYD, Nio, Xpeng e outros. Estimamos que a Tesla tenha perdido/destruído, pelo menos, 10% da sua base futura de clientes (…) e isto pode ser uma estimativa conservadora”, segundo o analista da Wedbush, que aponta que deverá superar 20% na Europa.
As ações da Tesla afundaram 15% nas suas sessões seguintes a Donald Trump ter aplicado uma tarifa de 10% a todos as importações, com taxas mais elevadas para 60 nações, supostamente para combater desequilíbrios comerciais. Desde o seu máximo histórico atingido a 17 de dezembro que a cotada já caiu 50%.
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