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Tombo nas Bolsas europeias com notícias provenientes da Ásia

Ações, petróleo e juros da obrigações soberanas em queda. Fortes perdas no mercado de capitais à custa do Coronavírus chinês.
27 Janeiro 2020, 18h03

As principais bolsas europeias fecharam em baixa expressiva com o Coronavírus chinês a marcar o sentimento, levando o governo Chinês a isolar cerca de 40 milhões de pessoas em diferentes cidades.

Lisboa não foi exceção e o PSI-20 fechou nos 5.178,9 (-2,04%).

Os maiores tombos de Lisboa couberam à Altri (-5,34% para 5,76 euros); à Sonae Capital (-5,30% para 0,732 euros); aos CTT (-4,59% para 3 euros); à Mota-Engil (-4,23% para 1,696 euros) e ao BCP (-4,11% para 0,1818 euros).

Mas a queda foi generalizada a todos os títulos.

A EDP Renováveis fechou nos 11,34 (-0.53%); a EDP caiu -1,35% para 4,25 euros; a Galp -2,37% para 13,78 euros; a Navigator deslizou -2,52% para 3,25 euros; a Semapa -2,78% para 12,60 euros, e por aí fora.

“Mais uma vez, o grupo EDP registou uma overperformance, devido ao seu caráter mais defensivo e à expectável descida das yields, resultante da compra de obrigações de Estado, por parte de investidores que pretendem reduzir o risco das suas carteiras”, diz a análise do BPI ao fecho dos mercados.

“O nervosismo que dominou os mercados bolsistas mundiais e a forte aversão que originou também se repercutiram na bolsa portuguesa”, diz o analista do BPI.

“A pressão vendedora foi transversal a todas as empresas cotadas, mas foi particularmente incidente nas ações mais cíclicas, como a Altri, a Mota-Engil e a Navigator”, acrescenta o mesmo analista.

A Galp foi mais uma vez penalizada pela descida da cotação do petróleo. O Brent em Londres recua 2,97% para 58,89 dólares e o crude West Texas desceu 2,88% para 52,63 dólares.

“O petróleo ressente-se da difusão do vírus devido à expectativa que uma eventual epidemia diminua as viagens aéreas e rodoviárias”, revela o BPI no seu comentário .

“Os CTT não figuram entre as empresas mais afetadas pela atual conjuntura mas como constituíam uma das ações com maiores ganhos nos últimos meses foram alvo da realização de mais-valias”, refere a mesma análise.

A Europa foi contagiada pelo vírus da China e o EuroStoxx 50 fechou nos 3.677,8 pontos (-2.68%).

Mas o tombo foi generalizado. O IBEX 35 fechou nos 9.366,2 pontos (-2,05%); o DAX acabou a sessão nos 13.204,8 pontos (-2,74%); o CAC 40 perdeu -2.68% para 5.863 pontos; o FTSE MIB de Milão recuou 2,31% para 23.416,1 pontos e o FTSE caiu 2,29% para 7.412 pontos.

Os investidores europeus foram abalados pelo agravamento da difusão do coronavírus. “As noticias provenientes da Ásia geraram uma forte apreensão nos mercados do Velho Continente”, dizem os anaçistas.

De acordo com os mais recentes cálculos (reportados pela Reuters), o coronavírus infetou um total de 2.794 pessoas (2.737 na China) em 14 países. Esta evolução justifica que Hong Kong tenha decretado o estado de emergência e o Presidente Chinês Xi tenha declarado que a situação “é muito grave”.

Neste contexto, as ações mais sensíveis a epidemias, como as transportadoras aéreas, as agências viagens, os hotéis, foram as que mais caíram, assim como as mais expostas à economia chinesa (automóveis, industriais, mineiras, entre outras).

“Os setores de Recursos Naturais, Tecnológico e Viagens & Lazer são os mais afetados do Stoxx 600 (recuam mais de 2,5%)”, diz por sua vez o analista da Mtrader.

“Livramo-nos do Brexit, mas aparece o vírus… Este irá determinar o rumo das bolsas, que se mostram receosas”, diz por sua vez o Bankinter.

O indicador Ifo que mede o clima empresarial na indústria, comércio e construção na Alemanha degradou-se inesperadamente em janeiro, com uma degradação das expetativas para os próximos 6 meses, contribuindo assim para um agravamento do sentimento dos investidores.

O Índice de confiança Ifo dos empresários alemães atingiu em janeiro os 95,7 o que compara com os 97 estimados e com 96,3 de dezembro. Este dado lança novamente dúvidas sobre a possibilidade de uma recuperação da maior economia europeia.

A dívida pública alemã a 10 anos está cair 5 pontos base para -0,385%. Mas a dívida portuguesa ainda cai mais, cai 7,2 pontos base para 0,307% e a espanhola também tem os juros a 10 anos em queda de 6,7 pontos base para 0,281%. Itália está a registar uma brutal queda dos juros soberanos (-19,5 pontos base para 1,037%).

O euro cai 0,09% para 1,1015 dólares.

 

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