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Topo da agenda: o que não pode perder na economia e nos mercados esta semana

Portugal vai ao mercado de dívida antes da avaliação da Standard and Poor’s. A guerra comercial intensifica-se e o Banco Central Europeu debate o futuro da política monetária europeia.
10 Setembro 2018, 07h15

Portugal leiloa dívida antes da avaliação da S&P

A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP vai voltar ao mercado de dívida pública esta quarta-feira, dia 12 de setembro, para um leilão de Obrigações do Tesouro (OT) a cinco e dez anos após uma pausa de dois meses durante o verão. O montante indicativo global situa-se entre 750 milhões e mil milhões de dólares para a colocação de OT com maturidade em 25 de outubro de 2023 e 17 de outubro de 2028.

O leilão acontece dois dias antes de a Standard and Poor’s voltar a avaliar a dívida pública portuguesa. A agência de notação financeira foi a primeira das três grandes a tirar Portugal do ‘lixo’, há um ano. Na última avaliação, em março, a Standard and Poor’s manteve o rating de Portugal no primeiro nível de investimento (BBB-) com outlook estável.

PSI 20 reage às notícias

A crise em quatro países emergentes tem penalizado a Bolsa de Lisboa, que já acumula uma série de nove sessões consecutivas em queda: a mais longa desde agosto de 2011 e que representa uma desvalorização de 3,5 mil milhões de euros de capitalização de mercado do índice. No início desta semana, estará em destaque a Galp Energia, que anunciou na sexta-feira que vai pagar dividendos intercalares de 0,275 euros por ação, como adiantamento sobre os lucros.

A partir do dia 18 de setembro, as ações serão transacionadas na Euronext Lisbon sem conferirem direito ao dividendo (ex-dividend) e os dividendos serão pagos aos acionistas a partir do dia 20 de setembro. A Ibersol também irá reagir aos resultados do primeiro semestre do ano, comunicados na sexta-feira ao mercado. A empresa registou 10,9 milhões de euros de lucro, uma subida de 12,2% em comparação com o período homólogo.

Mario Draghi dá novas indicações sobre o fim dos estímulos

O Conselho de Governadores do Banco Central Europeu (BCE) encontra-se esta quinta-feira para uma reunião de política monetária, a pouco mais de três meses do fim do programa de compra de ativos. O BCE compra atualmente 30 mil milhões de euros em ativos por mês, um volume de aquisições que continuará até setembro.  No último trimestre do ano, vai passar para metade, ou seja, 15 mil milhões de euros, de acordo com o plano que foi anunciado em junho e que está condicionado a novos dados económicos que o BCE receba.

“As compras líquidas irão nessa altura acabar”, referiu o banco central, sublinhando que “tenciona manter uma política de reinvestimentos”. Esta fase consiste em recolocar no mercado, comprando dívida, os montantes recebidos de ativos que atingem as maturidades, mas os pormenores ainda não terão sido debatidos, segundo garantiu Mario Draghi na última reunião. O presidente do BCE explicou, no entanto, que a chave de capital se irá manter como a base dos reinvestimentos e poderá, esta quinta-feira, dar novas indicações.

Guerra comercial intensifica-se

As hipóteses de a China sair do conflito comercial com os EUA com poucos danos à economia estão cada vez menores. Na sexta-feira, o presidente dos EUA, Donald Trump afirmou estar pronto para taxar todas as importações “a curto prazo”. O ex-presidente do Banco Popular da China, Zhou Xiaochuan, já alertou que o impacto no sentimento económico chinês poderá ser significativo.

Os dados do comércio da China em agosto divulgados no sábado refletiram a situação de impasse com os EUA. O excedente comercial com os EUA subiu para um valor recorde, enquanto o crescimento geral das exportações desacelerou. Por outro lado, o crescimento das importações foi mais rápido do que o esperado, o que poderá sinalizar que a procura interna na segunda maior economia do mundo se está, por enquanto, a manter robusta.

FMI debate dívidas públicas

O Fundo Monetário Internacional (FMI) organiza, na quinta e sexta-feira, a conferência “Dívida Soberana: Um Guia para Economistas e Praticantes”, em Washington. O evento, que se destina a mostrar e apoiar o desenvolvimento de um novo livro de S. Ali Abbas (FMI), Alex Pienkowski (FMI) e Kenneth Rogoff (Harvard University), irá começar com o discurso da presidente da instituição, Christine Lagarde.

“O próximo livro da Oxford University Press e do FMI é pensado para ligar os múltiplos aspetos da política de dívida soberana num texto coerente. Será acessível a decidores políticos e profissionais e combinará teoria económica e análise com exemplos do mundo real e de como se relacionam com eventos e políticas reais. Os editores reuniram alguns dos principais especialistas no campo da dívida soberana como autores de capítulos e participantes da conferência”, explica o FMI.

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