[weglot_switcher]

Topo da agenda: o que não pode perder na economia e nos mercados esta semana

A morte das OPA da China Three Gorges sobre a EDP e EDP R poderão ser ditadas na assembleia-geral da EDP de 24 de abril. As comissões de peritos que vão avaliar as perdas dos lesados do BES e Banif serão constituídas esta semana. Sexta-feira, será anunciado o crescimento do PIB norte-americano para o primeiro trimestre de 2019.
  • Cristina Bernardo
22 Abril 2019, 07h20

Apresentação das comissões de peritos do BES e Banif

Na segunda-feira, serão apresentadas as comissões de peritos do Banco Espírito Santo e Banif na Ordem dos Advogados, com vista a encontrar uma solução para ressarcir os lesados destas duas instituições financeiras que foram alvo de resolução (os ativos e passivos do Banif foram integrados no Santander Totta).

As comissões de peritos vão analisar as reclamações que os pequenos investidores do Banif e também dos lesados do BES  que não ficaram abrangidos pelo fundo de recuperação de créditos.

Em ambos os casos, os objetivos das análises levadas a cabo por cada uma destas comissões, consistem na delimitação dos casos em que se registaram práticas ilícitas da comercialização de títulos com vista a instruir o requerimento de constituição de novo fundo de recuperação de créditos junto da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.

Indicadores macroeconómicos: Portugal e PIB norte-americano

Na terça-feira, o Banco de Portugal (BdP) publica as estatísticas do endividamento do setor não financeiro relativos a fevereiro. De acordo com os últimos dados, divulgados em março, o endividamento do setor não financeiro fixou-se em 720,0 mil milhões de euros no mês de janeiro, sendo que cerca de 44,6% consistiu em endividamento do setor setor público (320,8 mil milhões) e 55,6% disse respeito ao setor privado (399,2 mil milhões).

No mesmo dia, o BdP publica o financiamento das administrações públicas para o mês de fevereiro. Recorde-se que, em março, no mesmo boletim estatístico, o BdP revelou que o défice de financiamento das administrações públicas aumentou sete vezes em janeiro, face a igual mês do ano passado, passando de 104 milhões de euros para de 737 milhões de euros.

Na sexta-feira, a Direção Geral do Orçamento apresenta a síntese de execução orçamental relativa a março. Em fevereiro as Administrações públicas registaram um excedente orçamental de 1.301 milhões de euros até fevereiro, o que representa uma melhoria de 1.032 milhões de euros face a 2018, segundo o Ministério das Finanças. Isto porque a receita cresceu 10,7%, enquanto a despesa aumentou 2,7%.

Também na sexta-feira será divulgado o crescimento do PIB norte-americano nos primeiros três meses do ano. Os analistas estimam que a maior economia mundial tenha crescido 1,80%. O guidance para os próximos doze meses antecipa um crescimento de 2,10% do PIB, descendo para 1,90% em 2020, segundo a Trade Economics. Olhando para o passado recente, no último trimestre de 2018 o PIB norte-americano cresceu 2,2%, abaixo das projeções (2,4%) e do terceiro trimestre (3,4%).

O fim da OPA da China Three Gorges à EDP?

A assembleia-geral da EDP, marcada para esta sexta-feira, deverá ditar o fim da OPA da China Three Gorges à EDP e à EDP Renováveis (EDP R), uma vez que se encontra agendada a proposta de alteração dos estatutos, que visa a remoção dos limites atualmente existentes à contagem de votos.

A referida alteração estatutária constitui uma das condições a que o oferente sujeitou o lançamento das OPAs, no passado dia 12, a CMVM esclareceu que, no âmbito do procedimento de registo das ofertas públicas de aquisição anunciadas preliminarmente pela CTG (Europe) sobre a EDP e a EDP R,  “a eventual rejeição pelos acionistas daquela proposta de alteração estatutária implicará a não verificação de uma das condições para o lançamento e registo da oferta sobre a EDP (e, por conseguinte, também da oferta sobre a EDP R),  o que, exceto no caso de o oferente exercer a faculdade de renúncia à referida condição, será suscetível de dar como não verificado um dos requisitos de que depende o registo pela CMVM das ofertas e, por conseguinte, a sua extinção”.

A CMVM deu 45 dias, a contar da data da assembleia-geral, para tudo ficar resolvido, caso a OPA avance.

Além disso, EDP prepara-se para votar o pagamento de 694,7 milhões de euros em dividendos. No ano passado, a energética liderada por António Mexia apresentou lucros de 797 milhões, uma variação positiva de 3% face a 2017.

Antes, na terça-feira, tem lugar a assembleia-geral dos CTT – Correios de Portugal, onde será votada a proposta de distribuição de dividendos.

Os CTT vão distribuir aos acionistas 15 milhões de euros, com um payout ratio (rácio do dividendo total face ao resultado líquido) de 76,5% e que corresponde ao pagamento de um dividendo de 0,10 euros por ação, abaixo dos 0,38 euros por ação distribuídos em 2017.

Em 2018, a empresa liderada por Francisco Lacerda apresentou lucros de 19,6 milhões de euros, uma queda de 28% face aos resultados líquidos de 2017. Para esta contração dos lucros, Francisco Lacerda justificou-se com a quebra dos serviços financeiros e as indemnizações pagas do programa de transformação operacional.

Jerónimo Martins, Boeing e Caterpillar apresentam resultados do primeiro trimestre

Esta sexta-feira, Jerónimo Martins apresenta os resultados relativos ao primeiro trimestre do ano, assim como as norte-americanas Boeing e Caterpillar.

No primeiro trimestre de 2018, a empresa liderada por Pedro Soares dos Santos, teve uma faturação de 4,2 mil milhões de euros e apresentou lucros de 85 milhões, o que representou uma subida de 2% face a igual período de 2017. A Jerónimo Martins acabou o ano passado com lucros acima dos 400 milhões e prepara-se para pagar dividendos no montante de 204 milhões no próximo dia 9.

Do outro lado do Atlântico, perceber-se-á qual o impacto da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China nas duas empresas norte-americanas que mais exportam para a segunda maior economia mundial – a Boeing e a Caterpillar apresentam resultados na quarta-feira.

Mas o ‘elefante na sala’ terá o tamanho de um avião. Neste caso, do tamanho do modelo Boeing 737-8 Max que, num espaço de seis meses, caiu por duas vezes logo após a descolagem, devido a falhas no software. Desde último desastre da Ethiopian Airlines no dia 10 de março, as ações da Boeing caíram cerca de 10%, para 380,07 dólares na última sessão.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.