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Tour de France: um negócio de 110 milhões à procura da salvação em tempos de pandemia

Diz-se que não existe verão sem Tour, a prova de ciclismo mais seguida no mundo, e este ano, embora tenha chegado um mês depois do previsto, a organização encontrou o momento para lançar a sua 107ª edição.
28 Agosto 2020, 12h22

A prova rainha do ciclismo começa este sábado, 29 de agosto, depois de ter adiado o seu início devido à pandemia de Covid-19, que obrigou o calendário internacional do ciclismo a se deslocar e evitar a sobreposição com a Tour, principal competição da modalidade, segundo o portal “Palco23”.

Diz-se que não existe verão sem Tour, a prova de ciclismo mais seguida no mundo, e este ano, embora tenha chegado um mês depois do previsto, a organização encontrou o momento para lançar a sua 107ª edição. As restantes jornadas, como a de La Vuelta (Espanha), corresponderam ao ritmo da prova de Gala, deslocando-se noutras alturas do calendário para não coincidir com a prova da rainha.

Organizada pela Amauri Sport Organization (ASO), a entidade tem a Tour como o principal pilar dos seus negócios, que inclui a organização de outros eventos como o Dakar ou a Maratona de Paris. Embora não existam dados oficiais, estima-se que a ASO fature cerca de 180 milhões de euros por ano, sendo que o Tour de France gera dois terços deste negócio, segundo o mesmo diário económico desportivo.

Na ausência de conhecimento do impacto nas contas deste ano da Covid-19, em 2017 a ASO fechou a temporada com um lucro de 30 milhões de euros, sendo a Tour de France responsável por mais da metade desses lucros. O negócio da prova depende da receita audiovisual, do patrocínio e da taxa paga pelos municípios para organizar as partidas e chegadas.

As operadoras de televisão geram 60% da receita da prova, que em Portugal será transmitido através da RTP e Eurosport. Os patrocinadores contribuem com 30% do orçamento, apesar da saída da Carrefour que, em 2019, deixou de ser o principal patrocinador do evento, lugar que foi ocupado pela LCL, E Leclerc, Skoda, Continental e Krys. Num segundo nível encontram-se marcas como a Tissot ou Le Coq Sportif, cuja contribuição é inferior aos três milhões de euros prestados pelos patrocinadores mais relevantes, cujos honorários ascendem a cinco milhões de euros.

Os restantes 10% provêm dos municípios e regiões que acolhem as etapas e cuja contribuição depende da realização da prova de contra-relógio, sejam municípios de partida ou de chegada. Estima-se que as partidas custem 65 mil euros, pelos mais de 100 mil euros que custa acolher a chegada. É um valor que os municípios e regiões valorizam, o que é comprovado pelas 250 inscrições anuais que a Tour recebe. Os mais caros estão no exterior, onde milhões foram pagos para hospedar o ‘Grand Départ’ (primeira partida da prova).

Utrecht (Holanda) ficou treze anos na lista de espera e foi em 2015 que deu início à Tour, condição pela qual pagou quatro milhões de euros. Düsseldorf (Alemanha) pagou 6,2 milhões de euros em 2017, embora o gasto total tenha sido de 11,1 milhões para os investimentos e ações que teve que realizar, como melhoramentos nas estradas, decorações e o condicionamento da circulação nas estradas utilizadas.

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