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Trabalhadores da Central de Cervejas exigem salários “dignos e justos”. Greve tem adesão total

A greve teve início esta segunda-feira com os trabalhadores a exigirem aumentos salariais “dignos e justos”, que diminuam “a desigualdade salarial”, bem como a progressão na carreira.
6 Maio 2019, 15h57

A greve dos trabalhadores da Sociedade Central de Cervejas e Bebidas (SCC) está a registar uma adesão de 100%, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (SINTAB), segundo revela o jornal “Expresso”. Na base desta greve estão entre outras exigências por parte dos trabalhadores os aumentos salariais “dignos e justos”, que diminuam “a desigualdade salarial”, bem como a progressão na carreira.

Em comunicado Nuno Pinto de Magalhães, diretor de Comunicação e Relações Institucionais da Sociedade Central de Cervejas e Bebidas, salienta que “a  Cervejeira de Vialonga confirma a greve aqui anunciada que tem um potencial máximo de aplicabilidade a cerca de 300 colaboradores, desta unidade abrangidos pelo AE, que representam cerca de  50% dos que aqui trabalham.

O responsável ressalva que “é apenas a cervejeira de Vialonga que se encontra em greve” e que todas as restantes distribuídoras, como a água do Luso, por exemplo continuam em funcionamento”.

Esta greve irá decorrer ao longo de toda a semana durante três períodos distintos de duas horas (00h00 às 02h00), das (05h00 às 07h00) e das (08h30 às 10h30), nas quais os trabalhadores da SCC vão parar, de acordo com Rui Matias do SINTAB que adianta também que “se até às 10h30 de terça-feira não houver nenhuma tentativa de negociação por parte da empresa, os trabalhadores vão também deixar de fazer trabalho suplementar durante todo o ano, até que a empresa os chame novamente para fazer uma negociação séria”.

O “Expresso” citando a agência “Lusa”, conta ainda que Nuno Pinto de Magalhães, afirma que “a empresa está aberta ao diálogo”, mas que face à greve agora iniciada, as negociações do Acordo de Empresa (AE) “estão pendentes”.

A SCC relembra que nos últimos três anos o acordo alcançado em termos salariais “foi sempre acima do valor da inflação verificada”, tendo ascendido em 2016 a 2% de aumento, num mínimo de 20 euros, a uma atualização de 30 euros em 2017 e a uma subida de 2%, num mínimo de 20 euros, no ano passado, acrescido de um prémio individual de 1000 euros para todos os colaboradores abrangidos pelo AE”.

Para as 9h00 da próxima quinta-feira está já marcado um plenário de trabalhadores que vai contar com a presença do secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos. Os trabalhadores da Central de Cervejas exigem “aumentos salariais dignos e justos”, que diminuam “a desigualdade salarial”, exigindo uma atualização “na ordem de 4%”, num mínimo de 40 euros, e de 1% no subsídio de turno.

Rui Matias sublinha que os trabalhadores pretendem ainda uma revisão das avaliações, das promoções e das carreiras profissionais, já que sentem “um desagrado muito grande” a este nível: “O desenvolvimento profissional está completamente estagnado. Há cerca de 13 anos que o modelo de evolução profissional contemplou menos de 10% dos trabalhadores, num total de cerca de 350, ou seja, estamos a falar de 20 e poucos trabalhadores que tiveram algum desenvolvimento profissional neste período”, explica.

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