Os trabalhadores da Lusa exigem conhecer as medidas que a administração propôs à tutela sobre o plano de reestruturação, pedindo garantias de que as eventuais rescisões vão ser amigáveis, segundo uma resolução hoje aprovada.
Os sindicatos representativos dos trabalhadores foram mandatados a pedirem reuniões à administração, tutela, grupos parlamentares e deputados únicos.
“Os trabalhadores da Lusa, reunido em plenário hoje, dia 13 de novembro de 2025, exigem à administração da Lusa conhecer as medidas concretas que a administração propôs à tutela sobre o plano de reestruturação”, lê-se no documento.
Neste âmbito, pedem ainda garantias de que eventuais rescisões “são efetivamente voluntárias, transparentes e iguais para todos”.
Por outro lado, querem conhecer os fundamentos que presidem à reestruturação da Lusa e qual o investimento na valorização de trabalhadores, incluindo aumentos salariais.
Os trabalhadores reclamam também garantias de independência e autonomia de gestão da empresa, mostrando a sua oposição a uma possível mudança da sede da empresa para as instalações da RTP e à partilha de trabalhadores.
O documento exige igualmente a defesa da inclusão do serviço público de agência de notícias na Constituição.
Os sindicatos dos Jornalistas (SJ), dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Centro-Sul e Regiões Autónomas (SITE CSRA) e dos Trabalhadores do Setor dos Serviços (SITESE) foram mandatados pelos trabalhadores a pedirem reuniões, com caráter de urgência, ao presidente do Conselho de Administração (PCA) da Lusa, Joaquim Carreira, ao ministro da Presidência, Leitão Amaro, aos grupos parlamentares e deputados únicos.
No plenário estiveram, presencialmente e à distância, cerca de 120 trabalhadores da Lusa.
Na sexta-feira, o PCA disse à Lusa que está a ser analisado um programa de rescisões voluntárias na empresa, garantindo que não haverá despedimentos ou ‘lay-off’ (suspensão dos contratos ou redução horária).
“É preciso qualificar, é preciso renovar e, logicamente, poderia haver uma coisa chamada, não é rescisões, é um plano de saídas voluntárias”, afirmou.
Estas declarações surgiram, após o anúncio, na proposta de Orçamento do Estado para 2026 (OE2026), de um plano de reestruturação para a Lusa no valor de oito milhões de euros que, segundo o PCA da Lusa, depois do desconto do IVA, se traduzem em cerca de seis milhões de euros, com verbas alocadas a várias áreas da empresa.
“Contempla novos sistemas operacionais, novas tecnologias, novos investimentos em áreas em que atualmente somos mais débeis […] e em que precisamos de investir: utilização de inteligência artificial, criar uma área de inovação acoplada também com formação do ponto de vista tecnológico e reforçar e requalificar os meios humanos”, referiu Joaquim Carreira.
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