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Trabalhadores do Pingo Doce anunciam greve no 1º de Maio

Os trabalhadores do Pingo Doce, do grupo Jerónimo Martins, anunciaram que estarão em greve no dia 1º de Maio, Dia do Trabalhador, para reivindicar a revisão do Contrato Colectivo de Trabalho.
  • Pingo Doce
22 Abril 2019, 17h42

O sindicato dos trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços (CESP) emitiu um pré-aviso de greve para o 1º de Maio para todos os trabalhadores do Pingo Doce, do grupo Jerónimo Martins, que irão assinalar o Dia do Trabalhador com acções de luta por todo o país. Trabalhadores reivindicam a revisão do Contrato Colectivo de Trabalho (CCT) e o encerramento do comércio no 1.º de Maio.

“O pré-aviso de greve foi emitido no dia 16 de abril”, revelou ao Jornal Económico Luis Ventura, porta-voz do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviço  de Portugal (CESP), filiado na CGTP-IN.

O CESP dá conta da adesão “significativa” dos trabalhadores do Pingo Doce da loja da Estrada da Luz à greve agendada para o passado dia 28 de Março. Explica ainda que, em piquetes à porta da loja, os trabalhadores procuraram transmitir aos clientes os problemas ali existentes, nomeadamente os baixos salários, os horários desregulados, a precariedade laboral e a “repressão/intimidação que a gerente de loja tenta exercer sobre os trabalhadores”.

A organização sindical sublinha, em comunicado, que “o Pingo Doce lida mal com os direitos dos trabalhadores”, acusando a empresa de ter chamado funcionários de outras lojas para substituir os que estavam em greve na da Estrada da Luz e de estar agora a proceder à transferência para outras lojas dos trabalhadores que aderiram à greve.

Para o CESP, trata-se de uma “retaliação por terem aderido à greve”, acrescentando que, se “não existe nada escrito que o comprove”, a razão é dada a entender aos trabalhadores “de “boca”” e “não é a primeira vez” que acontece na empresa.

O sindicato critica este “comportamento”. E conclui: “só vem confirmar aquilo que o CESP já diz há muito tempo: a empresa não valoriza nem respeita os trabalhadores, aqueles que fazem com que a empresa tenha milhões e milhões de lucros por ano”.

Recorde-se que no dia 1 de maio de 2012, os supermercados Pingo Doce lançaram uma campanha agressiva de descontos para o Dia do Trabalhador, oferecendo descontos de 50% em todas as compras acima dos 100 euros. Uma campanha que levou milhares às compras, esvaziou as prateleiras das lojas e levantou muita polémica, acabando, no entanto, por marcar uma mudança na estratégia do Pingo Doce. Até então, a sua aposta era nos preços fixos. Desde então, a cadeia de supermercados da Jerónimo Martins tem apostado sobretudo em descontos imediatos e promoções.

A lista de reivindicações

Na lista de reivindicações dos trabalhadores do Pindo Doce  está o aumento dos salários de todos os trabalhadores e o fim efectivo da Tabela B; bem como a promoção automática do operador de armazém até ao nível de operador especializado e o encerramento do comércio no 1.º de Maio.

Na lista de reivindicações juntam-se ainda os horários regulados que permitam a conciliação com a vida pessoal e familiar e respeitem o CCT, o fim do Banco de Horas e ainda o respeito pelos direitos de maternidade e paternidade, nomeadamente o direito dos trabalhadores com filhos até 12 anos terem horários flexíveis.

“Fim da pressão, repressão e ritmos de trabalho desumanos e contratação de mais trabalhadores” são apontadas como outras reivindicações, além do “fim da precariedade, garantindo que a um posto de trabalho permanente corresponde um trabalhador com contrato sem termo” e do “fim da injustiça, subjectividade e discriminações nas avaliações anuais e na atribuição dos prémios”.

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