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Trabalhadores dos CTT em greve dia 30 de novembro e 2 e 3 de dezembro

O Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT) convocou uma greve geral para os dias 30 de novembro e 2 e 3 de dezembro. SNTCT denuncia degradação da qualidade do serviço da empresa e falta de pessoal. E reclama aumentos salariais em 2020, exigindo ainda a admissão para quadro da empresa os trabalhadores ”em número suficiente para prestar o serviço de qualidade”.
  • Rafael Marchante/Reuters
17 Novembro 2020, 17h50

O Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT) convocou uma greve geral para os dias 30 de novembro e 2 e 3 de dezembro, em luta contra a degradação da qualidade do serviço postal dos CTT, a falta de pessoal e condições remuneratórias, revela o sindicato que reivindica aumentos salariais em 2020 e exigem a admissão para quadro da empresa os trabalhadores ”em número suficiente para prestar o serviço de qualidade”.

“Já foram decretadas greves gerais para os dias 30 de novembro e 2 e 3 de dezembro”, revelou ao Jornal Económico Victor Narciso, secretário-geral do SNTCT, dando conta de que estão em causa questões remuneratórias como aumentos salariais em 2020 para os trabalhadores dos CTT e que, “desde a privatização, a empresa tem menos trabalhadores para fazer o serviço”.

O SNTCT denuncia a degradação da qualidade do serviço prestado às populações e, dizem, “a gritante” falta de pessoal, agravada pela não renovação dos contratos a termo.

“Desde a privatização [em 2014], o serviço postal universal tem vindo a degradar-se continuamente por efeito de uma má gestão e, eventualmente, más escolhas de gestão, existindo hoje menos trabalhadores para fazer o serviço”, acrescenta o sindicalista, salientando que “nos últimos quatro anos, os CTT não cumpriram os padrões de qualidade”.

O sindicato exige “a admissão para quadro da empresa os trabalhadores em número suficiente para prestar o serviço de qualidade que todo o país está habituado antes da privatização”. E reclama aumentos salariais em 2020. Victor Narciso adianta aqui que foi antecipado o pagamento do subsídio de férias em 10 dias, tendo sido pago na última sexta-feira quando a data prevista era de 25 de novembro, o que, diz, “demonstra que os CTT têm liquidez”.

“Prémios são da iniciativa dos CTT, com critérios obscuros e a antecipação do pagamento do subsídio de Natal são sinais que afinal os CTT têm dinheiro e liquidez, por isso queremos aumentos salariais em 2020”, defende o sindicato, adiantando que “os trabalhadores exigem que quem de direito tome medidas firmes para alterar todas estas situações”.

A “situação nos CTT vai de mal a pior”, acusam os sindicatos

A “situação nos CTT vai de mal a pior”, acusam, nesta terça-feira, 17 de novembro, os sindicatos dos trabalhadores da empresa, num comunicado conjunto em que denunciam a degradação da qualidade do serviço prestado às populações e, dizem, “a gritante” falta de pessoal, agravada pela não renovação dos contratos a termo.

Os sindicatos afetos à Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans) denunciam ainda “a chantagem que a empresa está a fazer no processo de negociação do contrato de concessão do serviço postal universal” e apela “à ação das populações, do Governo e dos trabalhadores em defesa de um correio universal de qualidade”.

A este respeito, Victor Narciso do SNTCT adiantou ao JE que “para renegociarem o contrato de concessão do serviço postal, que termina no final deste ano, os CTT impõem como condições ou o Estado paga ou têm de desobrigar os CTT dos padrões de qualidade. Isso é uma chantagem”.

“É preciso pôr um fim a tudo isto! É necessário respeitar os CTT, os seus trabalhadores, as populações e o país. Isto não está a acontecer nem acontecerá com este tipo de gestão!” concluem os sindicatos.

Governo equaciona CTT sob controlo público

Fonte próxima ao processo revelou ao JE que o Governo admite avançar com o controlo público dos CTT para garantir a manutenção do serviço postal universal, cujo contrato de concessão termina no final do ano e assegurar a viabilização do OE2021 pelo PCP, que defende a nacionalização dos Correios.

Segundo a mesma fonte, o objetivo é dar início à recuperação do controlo público dos CTT, estando o Governo a ponderar adquirir capital suficiente para ficar com a gestão da empresa através da Parpública, bastando ao Estado adquirir 15% da empresa para se tornar acionista maioritário. Uma posição que é detida, atualmente, em 13,12% pela holding de Manuel Champalimaud.

Para já, o Executivo prepara-se para prolongar a concessão do serviço postal para lá do fim do ano e lançar o próximo concurso em 2021 que se arrisca a ficar deserto se o Governo não aligeirar o prazo para a entrega de correspondência e não permitir aumentar os preços a cobrar aos clientes. Um cenário que abre a porta ao Estado a assumir o contro dos Correios, cuja administração já avisou que só concorre se o Governo aligeirar os critérios de qualidade

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