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Trabalhadores reúnem hoje com nova administração da CP. Plano de investimento vai ser discutido

É a primeira reunião com as organizações sindicais que servirá de apresentação da nova administração, liderada por Nuno Freitas, e onde organizações sindicais vão aproveitar para discutir as acções concretas para implementação das medidas anunciadas pelo Governo que passam por um investimento de 45 milhões de euros. Relações laborais estarão também na agenda de trabalhos.
10 Setembro 2019, 07h49

A nova administração da CP – Comboios de Portugal, liderada por Nuno Freitas, reúne nesta terça-feira, 10 de setembro, com as organizações de trabalhadores num encontro que servirá de apresentação dos novos elementos da administração que tomou posse em julho. E ainda para os trabalhadores questionarem sobre os novos projectos da empresa e o seu suporte financeiro, bem como alertar para os problemas nas relações laborais que têm de ser ultrapassados, revelou ao Jornal Económico José Oliveira, coordenador da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans).

“É a primeira reunião com as organizações sindicais que servirá de apresentação da nova administração e onde certamente vão aproveitar para discutir as acções concretas para implementação das medidas anunciadas pelo Governo”, afirmou ao JE o sindicalista

Segundo a Fectrans, o encontro com as organizações de trabalhadores, será o momento de ouvirem dos principais responsáveis da empresa, quais as acções concretas para implementação das medidas anunciadas pelo ministro da tutela, nomeadamente a admissão de trabalhadores, a recuperação de material circulante e reintegração da Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário (EMEF) na CP.

“É preciso que a CP tenha os meios humanos, materiais e financeiros para que os projectos anunciados e os investimentos de 45 milhões passem para o papel para viabilizar as soluções que minimizem os constrangimentos resultantes do adiamento de investimentos em material circulante e infra estrutura ferroviária”, realça José Oliveira.

A reunião de hoje, acrescenta a Fectrans, também será a oportunidade para questionar qual a visão desta nova administração relativamente a outras empresas do “grupo”, em particular a Fernave (Formação Técnica, Psicologia Aplicada e Consultoria em Transportes e Portos), Empresa do grupo CP dedicada à formação.

A Fectrans assegura ainda que no encontro de hoje com a nova administração, os responsáveis sindicais não deixarão de “questionar sobre o que pensam da necessária valorização do trabalho e dos trabalhadores em todas as empresas do grupo, medida estratégica para a obtenção de resultados na execução das medidas anunciadas, porque não há futuro da ferrovia sem ferroviários valorizados e motivados”.

Esta estrutura sindical espera que o resultado do debate desta reunião “se reflicta no dia seguinte na reunião de negociação do processo de revisão do Acordo de Empresa, que decorrerá no Ministério das Infraestruturas”. 

Nova administração depois de investimento anunciado pelo Governo de 45 milhões

O Governo nomeou no passado dia 17 de julho Nuno Freitas como presidente da CP – Comboios de Portugal, num conselho de administração alargado a cinco elementos, sucedendo a Carlos Nogueira, cujo mandado terminava no final deste ano.

À nova liderança juntam-se ainda outros nomes na administração da CP: Pedro Miguel Sousa Pereira Guedes Moreira, Maria Isabel de Magalhães Ribeiro, Pedro Manuel Franco Ribeiro e Ana Maria dos Santos Malhó (a única que transita da anterior administração), respetivamente para os cargos de vice-presidente e vogais do conselho de administração.

Nuno Freitas é licenciado em engenharia eletrónica pela Universidade de Aveiro, com MBA em Gestão de Empresas pela EGE — Universidade Católica do Porto e ESADE Business School Barcelona e exerceu funções na EMEF).

Até meados de julho, ocupava o cargo de diretor-geral da Nomad Tech, joint-venture entre a empresa de manutenção e a Digital Nomad.

Estas alterações na administração surgem depois de o ministro das Infraestruturas e Habitação ter anunciado, em julho, um plano de investimento de 45 milhões de euros para recuperar “material circulante encostado” e contratar 187 trabalhadores para CP e EMEF.

O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, defendeu, na altura, este “plano de recuperação do serviço público ferroviário”, entre 2019 e 2022 e cuja primeira fase se estende por 18 meses, a partir do segundo semestre deste ano com vista à reparação de “cerca de 70 unidades, entre carruagens, automotoras e locomotivas”.

Segundo o governante, o Executivo pretende “iniciar o processo de fusão” entre a empresa pública de transporte por caminhos-de-ferro e a empresa de manutenção do material circulante até 31 de dezembro, para “otimização dos recursos e melhor articulação”.

O Governo já sinalizou a intenção de promover a contratação, após os devidos procedimentos concursais, de 67 novos funcionários para a EMEF – além da substituição automática dos trabalhadores que se vão reformando – e de outros 120 trabalhadores para a CP: 40 maquinistas, 40 revisores, 20 assistentes comerciais e outros 20 com funções a definir pela administração da empresa.

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