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Trabalhar por conta de outrem não está nos planos de 52,2% da Geração Z

O estudo “Geração Z: O Dilema” revela os resultados sobre a primeira geração genuinamente nativa digital, aqueles que nasceram entre 1994 e 2010, e representam aproximadamente 2,57 milhões da população portuguesa,
3 Outubro 2017, 16h15

Acaba de ser revelado o estudo “Geração Z: O Dilema”, no qual  são analisados os Jovens Z na esfera de cidadãos, consumidores e talento, elaborado pela Atrevia, consultora global de comunicação, e pela Deusto Business School, escola de negócios da Universidade de Deusto Madrid.

Segundo este trabalho, estamos perante uma geração de jovens digitais, empreendedores, comprometidos, brand lovers e inconformados. Para Ana Margarida Ximenes, presidente da Atrevia Portugal,  estes jovens, “encontram-se num dilema. Nasceram nos últimos anos do século passado e a internet acompanhou-os toda a vida. No entanto, o mundo ainda não é 100% digital, pelo que ou renunciam parte da sua identidade para se adaptarem à realidade dos seus pais e avós ou, são eles próprios e correm o risco de ficar na periferia do sistema”.

Já Iñaki Ortega, diretor da Deusto Business School Madrid, elege como fatores que definem a Geração Z, a par da internet, a irreverência, o imediatismo, a inclusão e a incerteza. “Irreverentes porque não hesitam em contrariar pais, professores ou mais velhos porque são autodidatas. O imediatismo assente nas redes sociais que utilizam, onde tudo é rápido e fugaz. A economia colaborativa e a diversidade que abraçam fazem com que sejam inclusivos. O mundo líquido em que nasceram, nas palavras do filósofo Bauman, onde nada é estável e tudo muda, faz com que a incerteza seja uma companhia constante, uma vez que nasceram em plena crise global”, explica o responsável.

O que mais os preocupa?

Em Portugal, e no aspeto social, o que mais preocupa é a educação. 49,7% dos jovens inquiridos para a realização deste estudo consideram que investir na educação é a principal prioridade para o desenvolvimento do país. Reclamam uma educação mais digital e adequada aos requisitos do mercado. A pobreza, a corrupção e o desemprego juvenil são outros pontos de grande preocupação para esta geração. Depois da educação, o apoio aos empreendedores e às PME são considerados os investimentos necessários para garantir o desenvolvimento do país. Logo em seguida, apostam no investimento em saúde, na luta conta a desigualdade e na defesa da sustentabilidade.

Trabalho ideal?

Este estudo, que aborda os Z na esfera de cidadãos, consumidores e talento, explora também certos pontos-chave na hora dos jovens Z escolherem uma posição de trabalho ideal. De facto, quando planeiam escolher uma empresa para trabalhar, a notoriedade da organização por si mesma é o aspeto menos valorizado, embora se dê importância à ética da empresa e à sua capacidade de inovar. Acima de tudo, 68,2% dão prioridade à conciliação com a sua vida pessoal e 63,7% ao bom ambiente no trabalho. Para 52,2%, o seu emprego ideal é montar a sua própria empresa ou trabalhar por conta própria. Somente 24,6% pretende ser assalariado numa empresa privada e, 9,3% trabalhar na Função Pública.

A análise demonstra ainda que esta constante adição à tecnologia pode afetar os resultados académicos ou no trabalho, seja a capacidade de leitura, expressão ou compreensão oral dos jovens Z, tal é a sua cumplicidade com os meios digitais.

neste contexto, Ana Margarida Ximenes reforça ainda tratar-se de uma geração que “se preocupa com o seu futuro, valorizando muito significativamente no seu trabalho ideal, a conciliação com outras facetas da vida. O perfil da Geração Z requere às empresas uma gestão de pessoas mais digital e um diálogo contínuo”.

O estudo analisa ainda a esfera do consumo, em relação ao qual os jovens da Geração Z mostram ser fiéis às marcas mas as decisões finais podem depender de outros fatores: 46,7% refere que as suas escolhas dependem muito do tipo de produto e 37% das marcas que lhes transmitem mais confiança. Os Z, entre os 14 aos 18 anos são os que tendem a fixar-se mais num produto ou marca (40%).

 

 

 

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