As colocações de Trabalho Temporário caíram 1,5% no segundo trimestre relativamente ao período homólogo de 2022, revela o Barómetro do Trabalho Temporário, realizado pela APESPE-RH – Associação Portuguesa das Empresas do Sector Privado de Emprego e de Recursos Humanos – e o ISCTE – IUL, divulgado esta quinta-feira, 14 de setembro.
Ofertas de trabalho diminuem no segundo trimestre. Trabalhadores do têxtil e vidro com menos vagas
No total, foram colocadas 101.634 pessoas no segundo trimestre, contra 103.152 no período homólogo de 2022. Uma análise mais fina revela menos 342 pessoas colocadas em abril (-1%), 422 pessoas em maio (-1,2%) e 754 pessoas em junho (-2,2%) em relação ao período homólogo.
Apesar do crescimento em relação a 2021 (92.854 colocações) e 2020 (64.088 colocações), os valores estão ainda -11% abaixo das colocações do 2º trimestre de 2019, altura em que atingiram 114.150.
O Índice do Trabalho Temporário (Índice TT), que tinha estabilizado desde novembro de 2022, volta a demonstrar um decréscimo gradual desde o início do ano, fixando-se em 0,99 e m abril e maio e 0,98 em junho. Estes valores são inferiores ao índice registado nos meses homólogos do ano anterior.
Segundo o Barómetro, no período em análise, verifica-se uma ligeira diminuição da contratação de trabalhadoras do género feminino em maio (45%) e junho (44%), em relação a 45,5% em abril.
De referir que entre 27% a 28% dos colocados no segundo trimestre têm idade média acima dos 40 anos.
O ensino básico é o nível de escolaridade predominante nas colocações efetuadas: 59% a 60% no 2º trimestre do ano. As colocações de ensino secundário (entre 33% a 34%) ocupam o segundo lugar. Pessoas com licenciatura mantêm cerca de 6% das colocações.
Ainda de acordo com o documento, as empresas de Fabricação de componentes e acessórios para veículos automóveis mantêm-se em primeiro lugar como as que mais recorreram ao trabalho temporário no 2º trimestre de 2023 (cerca de 11% a 12%). Em segundo surgem as empresas de Fornecimento de refeições para eventos e outras atividades, representando cerca de 8% a 9%. Já as empresas de Atividades auxiliares dos transportes alcançam o terceiro lugar em abril e junho (cerca de 6% a 7%). Em maio, porém, este lugar foi ocupado pelas empresas de Atividades de serviços de apoio prestados às empresas, com 7%.
Na distribuição do trabalho temporário por principais profissões, no 2º trimestre de 2023 destaca a rubrica Outras profissões elementares (entre 25% e 28%), seguindo-se os Empregados de aprovisionamento, armazém, de serviços de apoio à produção e transportes, (entre 17% e 18%). Em terceiro lugar, estão os Trabalhadores qualificados do fabrico de instrumentos de precisão, joalheiros, artesãos e similares, (entre 8% e 9%).
No segundo trimestre deste ano assistimos a uma diminuição das colocações no setor de Trabalho Temporário em relação ao ano passado e a 2019. No entanto, é possível verificar uma melhoria relativamente ao mesmo período de 2020 e 2021. Um dos fatores que pode estar na base destes valores é a situação económica que vivemos atualmente em que para fazer face ao custo de vida em Portugal muitas pessoas são obrigada a ter mais que um trabalho, para conseguirem obter um rendimento extra, explica Afonso Carvalho, presidente da APESPE-RH.
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com