[weglot_switcher]

Tráfego aéreo em Portugal recuou 68% no primeiro trimestre

O presidente da empresa, pública responsável pela gestão do tráfego aéreo no nosso país, Manuel Teixeira Rolo, considera que “continuamos ainda muito longe dos valores de 2019”.
16 Abril 2021, 15h00

O tráfego aéreo em Portugal recuou 68% entre janeiro e março deste ano por comparação com o período homólogo do ano passado, de acordo com os dados preliminares recolhidos pela NAV Portugal, empresa pública responsável pela gestão da navegação aérea no nosso país.

No primeiro trimestre deste ano, a NAV Portugal controlou pouco mais de 50 mil movimentos, quando, no mesmo período de 2020, a NAV tinha gerido mais de 161 mil voos.

Segundo os responsáveis da NAV, esta queda “ainda reflete o efeito da pandemia, já que no primeiro trimestre de 2020 o tráfego evoluiu em condições normais em praticamente todo o período”.

“A NAV prossegue atenta e investida na procura de maior eficiência na operação para apoiar da melhor forma a recuperação da aviação”, diz o presidente da empresa, Manuel Teixeira Rolo.

“A NAV Portugal geriu 50.728 voos (…) no primeiro trimestre de 2021, uma quebra de 68,6% face ao mesmo trimestre do ano passado, período em que foram controlados 161.579 movimentos no espaço aéreo português sob responsabilidade da NAV Portugal. A variação acentuada no total de movimentos geridos no primeiro trimestre de 2021 deve-se ao facto de este período comparar com os primeiros três meses de 2020, altura em que o impacto da pandemia apenas se fez sentir na reta final do trimestre — as disrupções provocadas pela Covid-19 começaram já no decurso de março de 2020”, destaca um comunicado da NAV.

De acordo com esse documento, “apesar da queda acentuada de 68% no total do tráfego gerido pela NAV Portugal entre janeiro e março deste ano, é de destacar que em termos desagregados os efeitos da quebra do tráfego se continuam a fazer sentir com diferentes dimensões em cada uma das regiões de informação de voo (RIV) da NAV Portugal”.

“Na RIV Lisboa, os profissionais da NAV Portugal lidaram com 33.861 voos IFR no primeiro trimestre deste ano, menos 73% do que os 126 mil registados no mesmo período de 2020. Já na RIV Santa Maria, o recuo ficou-se pelos 52,5%, com os 35 mil movimentos geridos em 2020 a situarem-se em 16,8 mil nos primeiros três meses do ano. Esta é uma tendência que já se tinha verificado ao longo do ano passado, ainda que de forma menos pronunciada. Em 2020, a RIV Lisboa geriu menos 58,9% de movimentos e a RIV Santa Maria registou um recuo de 53,1%”, explicam os responsáveis da NAV.

Recorde-se que a NAV gere duas RIV, a RIV de Lisboa, com 671 mil quilómetros quadrados, abarca Portugal Continental e o Arquipélago da Madeira – incluindo sobrevoos e o tráfego controlado pelas torres de controlo do Porto, Lisboa, Cascais, Faro, Porto Santo e Funchal; e a RIV de Santa Maria, com 5,18 milhões de quilómetros quadrados, inclui uma vasta área do Oceano Atlântico Norte e o Arquipélago dos Açores, incluindo sobrevoos e o tráfego controlado pelas torres de controlo de Santa Maria, São Miguel, Flores e Horta.

O total de voos geridos pela NAV, ou ‘movimentos’, inclui não apenas os voos com origem/destino em aeroportos portugueses, mas também aqueles que sobrevoam o espaço aéreo sob responsabilidade portuguesa – que totaliza mais de 5,8 milhões de quilómetros quadrados.

Sobre a evolução futura do tráfego aéreo em Portugal,  o s responsáveis da NAV consideram que estamos “ainda muito longe de 2019”.

“Ainda com a evolução do tráfego nos próximos meses envolta em muita incerteza, é expectável que os números relativos ao segundo trimestre deste ano tragam uma melhoria quando analisados de forma homóloga. Contudo, sublinhe-se, tal ocorrerá essencialmente porque o segundo trimestre de 2020 foi o pior registo de todo o ano passado – o tráfego gerido pela NAV entre abril e junho do ano passado caiu 91,4%. Assim, e sendo certo que os primeiros dados referentes a abril do corrente ano já mostrem números no ‘verde’ em termos homólogos, tal ocorre graças à reduzida base de comparação e não tanto fruto de uma melhoria expressiva do tráfego”, avisa a NAV.

A empresa responsável pela gestão do tráfego aéreo em Portugal sublinha que, “apesar de se notar uma evolução favorável nos últimos dias, os números têm permanecido mais de 50% abaixo dos valores de referência de 2019”.

Para o presidente do conselho de administração da NAV Portugal, General Manuel Teixeira Rolo, “é cada vez mais evidente que a crise provocada pela pandemia não é algo passageiro, sobretudo no sector da aviação, onde as ondas de choque da interrupção abrupta dos fluxos de tráfego se continuarão a fazer sentir por vários anos”.

“Apesar do tráfego começar a denotar alguns sinais de ténue recuperação em abril em comparação com 2020, continuamos, e vamos continuar, ainda muito longe dos valores de 2019”, preconiza o presidente da NAV Portugal.

Por esta razão, assegura, “a NAV Portugal prossegue, por isso, atenta e investida na procura de maior eficiência na sua operação para apoiar da melhor forma a recuperação célere da aviação, tal como tem feito desde o primeiro dia desta pandemia, e sem nunca descurar os mais altos padrões de segurança em todos os voos que controla”.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.