O tráfego na rede de autoestradas da BCR – Brisa Concessão Rodoviária está a aproximar-se dos níveis pré-crise, anteriores a 2008.
A conclusão é de um estudo da agência de notação financeira Moody’s, a que o Jornal Económico teve acesso, sobre a evolução do tráfego nas autoestradas e aeroportos da Europa nos últimos anos.
“Depois de cinco anos de um crescimento de tráfego muito robusto, o tráfego na rede da Brisa em Portugal, que esteve quase 30% abaixo do nível de 2008 em 2013, já quase recuperou do seu nível pré-crise. Embora os níveis de tráfego da rede da Abertis em Espanha estejam ainda abaixo dos níveis pré-2008, o crescimento de veículos nos últimos cinco anos também tem sido forte”, sublinha a análise da Moody’s.
Segundo este estudo, “em 2018, as maiores autoestradas com portagens em Espanha e Portugal registaram crescimentos anuais de tráfego de 3,3% e de 4,3%, respetivamente, com o crescimento de tráfrego a acelerar ainda mais no primeiro trimestre de 2019, para 5,1% e 5,6% face ao período homólogo do ano anterior, respetivamente”.
De acordo com os dados da Moody’s, no universo de empresas alvo de ‘rating’, a Brisa chegou a ser a segunda pior empresa do setor na Europa em termos de queda de tráfego, sendo apenas superada nesse capítulo pela espanhola Abertis.
No entanto, desde 2014, a recuperação de tráfego permitiu-lhe aproximar-se dos níveis anteriores a 2008 e superar uma empresa congénere, a italiana ASPI (Autostrade/Atlantia).
As outras empresas gestoras de autoestradas que são notadas financeiramente pela Moody’s – as francesas APRR, ASF e Sanef, e a italiana SIAS – já tinham regressado aos níveis de tráfego pré-crise entre 2019 e 2016.
De acordo com a Moody’s, as empresas cobertas por este universo no setor das autoestradas do Sul da Europa continuam a ter um desempenho superior ao das suas congéneres no resto da Europa, embora o intervalo esteja a estreitar-se.
“O tráfego no nas autoestradas com portagem e nos aeroportos do Sul da Europa tem superado o dos seus pares e enquanto estas companhias continuam a registar algumas das mais fortes taxas de crescimento, observamos uma moderação na tendência de crescimento, relacionada com a recuperação da Turquia e de alguns países do Norte de África como destinos turísticos”, alertam os responsáveis da Moody’s.
Os responsáveis da agência de ‘rating’ defendem: “os países do Sul da Europa, como Espanha, Portugal, Grécia ou Itália beneficiaram de um afluxo adicional de turistas do Norte da Europa de 2015 em diante, uma vez que forma percecionados como como destinos mais seguros”.
“No entanto, o tráfego para os ‘resorts’ da Turquia, tal como para alguns destinos turísticos no Norte de África, tem recuperado, debilitando algumas das fontes de crescimento de tráfego que impulsionaram as empresas do Sul da Europa [nas autoestradas com portagens e nos aeroportos] à frente das suas congéneres”, conclui a Moody’s.
No final do primeiro trimestre, a empresa liderada por Vasco de Mello anunciou ao mercado um aumento de 5,6% no tráfego médio diário face ao período homólogo de 2018, descontando o efeito do calendário, devido à Páscoa.
A BCR tem neste momento um ‘rating’ de Baa2, estável.
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