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“Traição à pátria”. Antigo vice primeiro-ministro russo atacado por ter condenado a invasão da Ucrânia

Arkady Dvorkovich tinha condenado as ações da Rússia na invasão, quando mostrou apoio ao povo ucraniano. Foi acusado de “traição” por um legislador russo e deixou o cargo que tinha numa fundação russa.
Michael Parulava/Unsplash
18 Março 2022, 21h30

Arkady Dvorkovich, um antigo vice primeiro-ministro que condenou as ações do Kremlin na Ucrânia, deixou o cargo que tinha da direção de uma fundação prestigiada, depois de ter sido acusado de “traição à pátria” e ter pedido a demissão de Dvorkovich.

Andrei Turchak, um legislador russo que faz parte do partido no poder, atacou Dvorkovich pelos comentários que proferiu, acusando-o de fazer parte de uma “quinta coluna”, com o objetivo de minar a Rússia. O mesmo legislador exigiu a sua demissão.

Dvorkovich é uma das figuras públicas russas que se mostraram contra a guerra. Esta semana confessou-se ao lado do país invadido, ao dizer que os seus sentimentos estão com a população ucraniana.

Dvorkovich foi vice primeiro-ministro entre 2012 e 2018. Agora com 49 anos, era presidente da Fundação Skolkovo, um centro de inovação e tecnologia nos arredores de Moscovo. Na sexta-feira, a Skolkovo disse em comunicado que Dvorkovich decidiu deixar a direção.

Mais tarde Dvorkovich comunicou através do sítio online da Skolkovo que considera as sanções aplicadas à Rússia pelo Ocidente como sendo “duras e sem sentido.”

Até ao momento, milhares de pessoas em várias cidades russas foram detidas por protestarem contra a invasão da Ucrânia, que dura há 22 dias. Os protestos já chegaram à televisão estatal russa, na qual uma jornalista do Canal Um mostrou um cartaz em que apelava ao fim da guerra e pedia que o povo russo não acredite na “propaganda” que ali se transmite. O presidente russo, Vladimir Putin, garante que esta é uma “operação militar especial” para desmilitarizar e “desnazificar” a Ucrânia.

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