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Transição digital: PSD propõe medidas complementares para evitar que PRR seja “fonte de novas desigualdades”

Os social-democratas defendem que a recuperação da economia é uma “oportunidade ímpar” para reduzir as assimetrias existentes e tornar o país mais coeso, dotando o Interior de literacia digital, infraestruturais e condições atrativas às empresas.
  • Flickr/PSD
20 Abril 2021, 12h22

O Partido Social Democrata (PSD) quer que o Governo tome medidas para evitar que o Plano de Recuperação e Resiliência seja uma “fonte de novas desigualdades” na transição digital. Os social-democratas defendem que a recuperação da economia é uma “oportunidade ímpar” para reduzir assimetrias e tornar o país mais coeso, dotando o Interior de literacia digital, infraestruturais e condições atrativas às empresas.

Num projeto de resolução (sem força de lei) entregue no Parlamento, o PSD elogia a aposta do Plano de Recuperação e Resiliência na transição digital mas sublinha que o sucesso da iniciativa depende da existência de competências e literacia digital em várias faixas etárias e profissões e da existência e disponibilização de recursos compatíveis com os requisitos pretendidos, como alta velocidade, baixa latência e alta capacidade em todo o país “e não apenas nas principais áreas metropolitanas”.

Para a transição digital, o Governo tem previstos, na versão final do Plano de Recuperação e Resiliência, 2.460 milhões de euros, dos quais 650 milhões são destinados às capacitação digital das empresas, 578 milhões de euros para tornar a administração pública mais eficiente, 559 milhões para a escola digital, 406 milhões de euros para melhorar a qualidade nas finanças públicas e 267 milhões destinados à Justiça económica e ambiente de negócios.

O PSD alerta, no entanto, que o Plano de Recuperação e Resiliência “não pode ser uma fonte de novas desigualdades num país em que subsistem tantas assimetrias entre o Portugal do litoral e o Portugal do interior sendo esta uma oportunidade ímpar para reduzir as diferenças existentes e criar um território mais coeso”.

Para isso, os social-democratas sublinham que é preciso criar infraestruturas de comunicação essenciais ao suporte à transição digital em todo o país nas suas diversas formas (fibra ótica e redes móveis, acordos de cooperação com as operadoras de telecomunicações de forma a garantir uma maior equidade territorial e social no acesso à rede e aos serviços) e capacitar as populações estudantis e profissionais.

Ao mesmo tempo, o PSD considera necessário assegurar “condições favoráveis à criação de empresas e indústrias inovadoras em regiões de menor densidade empresarial e/ou industrial” e assegurar que os centros financeiros e de negócios, atualmente concentrados nas grandes cidades, se descentralizam, tirando proveito de locais mais baratos, com melhores condições de vida e com menos impacto ambiental.

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