A maioria dos trabalhadores considera não ter obstáculos à conciliação da vida profissional com a vida familiar, segundo os dados publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) esta quarta-feira, dia 7 de outubro.
No módulo ad hoc de 2018 sobre a conciliação da vida profissional com a vida familiar, realizado no segundo trimestre do ano, juntamente com o inquérito ao emprego, 76,6% dos inquiridos sinalizou esta opção, com 78,9% das mulheres e 74,2% dos homens a manifestarem esta posição.
Entre os indivíduos que identificaram algum obstáculo à conciliação da vida profissional com a responsabilidade de cuidados, a imprevisibilidade do horário ou horário atípico (6,8%), seguido do horário de trabalho longo (5,1%) e do trabalho exigente ou extenuante (3,3%) ou entre outros obstáculos (também 3,3%) foram os principais obstáculos identificados. “Neste domínio, não há diferenças significativas entre homens e mulheres”, salienta o INE.
Flexibilidade do horário laboral ainda é diminuta
Cerca de um quarto dos trabalhadores indica não ser possível alterar o horário de trabalho diário, sendo a maior impossibilidade registada por homens do que por mulheres, com 23,9% dos entrevistados a identificarem a pouca flexibilidade do horário laboral. No entanto, 55,9% indicaram ser geralmente possível proceder a modificações da sua hora de entrada ou de saída em pelo menos uma hora.
Ainda assim, 18,3% dos entrevistados declararam “ser raramente possível proceder a tais alterações”, com maior incidência nas mulheres. O INE salienta que estes valores “não divergem muito” dos observados em 2010, quando 55% dos inquiridos indicaram “ser possível reduzir o seu horário de trabalho diário” em pelo menos uma hora por razões familiares. Já em 2005 a percentagem equivalente havia sido de 44,5%.
Já sobre a ausência do trabalho durante dias completos para o cumprimento de responsabilidades de prestação de cuidados, sem utilizar dias de férias, apenas 38,7% dos entrevistados indicaram ser geralmente possível ausentar-se do trabalho durante dias completos. Registou-se, assim, uma diminuição da percentagem de inquiridos face a 2010 e 2005 – 58,5% – que mencionaram ser “raramente possível ou mesmo impossível poder ausentar-se do trabalho durante dias completos”.
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