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Três milhões para promover a mobilidade elétrica

O Governo aumentou o apoio financeiro para a compra de veículos amigos do ambiente. São três milhões de euros no total, para promover a compra de carros, motos e bicicletas elétricas pelos portugueses.
2 Março 2019, 16h00

O Governo tem um envelope financeiro de três milhões de euros para incentivar a mobilidade com zero emissões. Os carros e as motos continuam a ter direito ao cheque de incentivo este ano, com este apoio a ser agora alargado à compra de bicicletas.
O carro elétrico vai ter direito a um bolo total de 2,650 milhões de euros no total, mais 400 mil euros face a 2018.

Mas há uma alteração este ano: o cheque individual para os particulares que comprarem um carro elétrico vai crescer 33% para 3.000 euros. Apesar do valor total aumentar, com o aumento do cheque individual, o número de máximo de beneficiários do cheque vai diminuir. Assim, se em 2018, quem comprou os mil primeiros carros elétricos tinha direito ao cheque de 2.250 euros, este ano o cheque de 3.000 euros só vai chegar aos 883 primeiros compradores particulares de carro elétrico, isto se todas as primeiras unidades foram compradas apenas por particulares.

No bolo total dos 2,650 milhões de euros, também entram os cheques para a compra de carro elétrico por parte das empresas, cujo valor mantém-se este ano nos 2.250 euros. Mas agora cada empresa só tem direito a desconto na compra de quatro carros elétricos, enquanto que no ano passado o cheque dava desconto na compra de cinco unidades.

Contudo, este ano o Governo aprovou uma alteração que coloca um travão aos cheques para comprar carros elétricos de luxo, pois aprovou um teto máximo. Desta forma, os carros que custem mais de 62.500 euros não vão ter direito ao incentivo de três mil euros, o que deixa de fora a maioria dos Tesla, à exceção da versão mais barata do recém lançado Model 3.

A grande novidade este ano é que a compra de bicicletas elétricas também passa a ter direito a um cheque de incentivo no valor de 250 euros, num pacote de 250 mil euros que vai servir para financiar a compra de mil bicicletas.

“Vamos pedir que na fatura, ou numa declaração anexa, que o vendedor declare que aquela bicicleta não é uma bicicleta desportiva, de montanha, com suspensão integral. Portanto, para que o cheque seja para uma bicicleta elétrica para uso corrente, citadina, urbana. Por razões óbvias, o que está em causa aqui não é apoiar bicicletas de desporto, é apoiar bicicletas de uso corrente”, explica ao Jornal Económico o secretário de Estado Adjunto e da Mobilidade, José Mendes.

Tal como no ano passado, o cheque para comprar uma moto elétrica continua em vigor, mas o ministério do Ambiente e da Transição Energética procedeu a alterações este ano, face à baixa procura em 2018, quando apenas 41 cheques foram levantados num total previsto de mil. Este ano, está previsto que este incentivo apoie a compra de até 250 motos elétricas, com o valor de desconto de 20% do preço da moto, com um teto máximo de 400 euros por cada unidade. Tal como nas bicicletas e nos automóveis, o cheque está limitado à compra de uma unidade por cada número de contribuinte.

Depois das vendas de carros elétricos terem crescido 148% em 2018, para um total de 4.073 viaturas, o Governo está confiante que esta tendência de crescimento vai continuar este ano.

“Claro que o incentivo ajuda, mas o crescimento está a acontecer independentemente do incentivo. Nem todos os carros elétricos comprados ou vendidos em Portugal são objeto de incentivo porque nós temos um limite [2,650 milhões de euros] que resulta da limitação orçamental. Não está no nosso horizonte apoiar todos os carros comprados, não conseguimos fazer isso”, afirma José Mendes.

“Só em janeiro o número de vendas triplicou: o aumento foi de 209%, o que significa que estamos em aceleração absolutamente exponencial, e resulta muito das compras das empresas, como o pacote fiscal, que é bom para as empresas, independentemente de só poderem ter o apoio de quatro veículos por empresa. As empresas fazem as suas contas e está a haver uma adesão”, segundo o secretário de Estado.

Os três modelos mais vendidos no ano passado foram o Nissan Leaf (1.593 unidades), Renault Zoe (1.305) e BMW I3 (363). Estes três modelos, por exemplo, continuam a ter direito a receber o cheque, agora de três mil euros, pois o seu preço fica abaixo do teto máximo de 62.500 euros previsto para os particulares que comprem carro elétrico este ano.

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