Já não é novo dizer que a Covid-19 transformou irreversivelmente a forma como vivemos e trabalhamos. Também é constatar uma realidade dizer que, em resposta à pandemia, as empresas redefiniram estratégias e implementaram novas tecnologias em apenas umas semanas o que, no passado, levaria anos. O que é importante perceber, nesta fase, é que esta mudança para o digital não vai abrandar.
De acordo com um estudo recente que a Salesforce elaborou junto de diversas empresas europeias, 82% delas confirmam que passaram por uma transformação digital devido à Covid-19. No entanto, quase 60% acreditam que são inovações temporárias. Por outro lado, as principais preocupações estão relacionadas com a segurança, com a eficácia do serviço ao cliente e em manter as equipas empenhadas. Cada uma destas questões têm tendência a ficar mais complexas à medida que a economia digital se desenvolve.
Olhando então para este contexto, há três prioridades de transformação digital que as empresas precisam de implementar para terem sucesso na economia pós-Covid-19:
- Ter planos para o curto e para o longo prazo
No início da crise, além de haver um foco no bem-estar dos colaboradores, as empresas queriam estabilizar as suas operações ao aparecer online, comunicar eficazmente com os clientes e redistribuir equipas para o necessário. Agora, olhando para o período de reabertura e recuperação da economia, as transformações necessárias são no sentido de construir resiliência e olhar para o futuro com confiança.
Acontece que a vasta maioria das empresas europeias (87%) afirma que têm dificuldades em fazer planos para o curto e para o longo prazo. Convenhamos que transformar a forma como as empresas aparecem e operam online é algo muito diferente de operar um negócio com segurança e eficácia, ao mesmo tempo que impulsionam as vendas e investem na solidez da empresa.
- Dar poder ao cliente com um serviço consistente
O ritmo a que as expectativas dos clientes se transformaram durante a pandemia vai ter implicações a longo prazo para empresas de todas as dimensões. É seguro afirmar que muitos consumidores começaram a sua própria transformação digital, ao adotarem novas tecnologias, para se manterem conectados com os amigos e família e para resolverem problemas de forma rápida.
No entanto, embora a maioria das empresas tenham como prioridade melhorar a experiência online dos seus clientes, quase metade (47%) estão preocupadas com o facto da mudança de processos tecnológicos ser demasiada e muito rápida para os clientes. A realidade é que, as empresas que não se transformem digitalmente (e derem poder ao cliente para se adaptarem) vão ficar para trás.
- Preparar os colaboradores para os empregos do futuro
Contrastando com a velocidade de adaptação dos clientes, as empresas precisam de ultrapassar a fase de acompanhar a mudança, principalmente no que diz respeito às políticas de recursos humanos. Quase metade das empresas concordam que o trabalho remoto irá permanecer, ainda que parcialmente e, mesmo cientes deste contexto, 68% sentem que é um desafio liderar e gerir equipas dispersas, e muitas outras (63%) sentem-no ao tentar manter a moral em alta.
Já no que diz respeito a competências, haverá sempre novas a aprender e as equipas terão de acompanhar as mudanças. Mais de metade das empresas (61%) confirma esta necessidade de reskilling e muitas delas irão reinventar as formações dos colaboradores ao investir numa cultura de aprendizagem contínua.
As mudanças na economia digital vieram para ficar, pelo que da mesma forma que a Covid-19 veio agitar as empresas que não têm uma estratégia digital, a próxima crise irá expor as empresas que priorizaram os resultados a curto prazo em vez de se focarem no sucesso a longo prazo.