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Trigo. Preços disparam 12% numa semana com dificuldades sentidas nos EUA, Ucrânia e Rússia

A seca nos Estados Unidos, assim como a chuva persistente no sul da Rússia, associada à possibilidade de o acordo dos cereais não ser estendido para lá de meados do próximo mês, está a causar dúvidas nos mercados
22 Junho 2023, 18h35

Os preços do trigo estão a disparar, com uma subida de 2% esta quinta-feira e de 12% em apenas uma semana. As variações acontecem numa altura em que o futuro do acordo dos cereais entre a Rússia e a Ucrânia é incerto, ao mesmo tempo que os dados indicam que as culturas dos Estados Unidos sofreram com a seca que se fez sentir no país, o que está a gerar uma subida dos custos nos mercados, como consta de uma análise da corretora XTB.

Ora, por um lado, a Rússia diz que não encontra motivos para estender o prazo do acordo, que foi estabelecido até 18 de julho de 2023. De acordo com Moscovo, faltam cumprir cláusulas que foram estabelecidas, como a retoma do oleoduto de amónia e a reconexão de um dos bancos russos ao sistema SWIFT.

O acordo tem sido sempre estendido em dois meses, ficando agora a dúvida sobre se o procedimento será o mesmo. Certo é que o Kremlin poderá estar a deixar no ar uma ameaça de romper o acordo, como forma de procurar obter cedências da parte do Ocidente.

Ao mesmo tempo, a crise ao nível dos cereais cresce devido aos dados que chegam dos EUA, onde a seca está a resultar na deterioração das culturas de cereais, de acordo com os dados mais recentes. Do trigo de primavera, só 51% está em boas ou excelentes condições, depois dos 60% observados no ano passado. A mesma tendência foi seguida pelo milho, que só 55% está em boas ou excelentes condições (61% um ano antes), ao passo que na soja é de 54%, menos cinco pontos percentuais do que em 2022.

A somar aos problemas que se verificam nas colheitas norte-americanas, também a Rússia estará a ter dificuldades ao nível da produção, causadas pelas chuvas persistentes no sul do seu território, de acordo com relatos recentes.

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