Trotinetes: Suecos terminam atividade em Lisboa mas garantem regresso “quando e se” a lei for alterada

Uma das empresas de trotinetes que circulava em Portugal, vai retirar a sua atividade das ruas portuguesas. A empresa sueca Voi emitiu um comunicado oficial no seu site onde indica que a atividade em Portugal chegou ao fim. “Lamentamos anunciar que decidimos encerrar as nossas operações em Lisboa e, efetivamente, em Portugal”, lê-se no início do comunicado da Voi.

“A decisão de sair de Portugal foi tomada após uma cuidadosa consideração e é baseada no mercado atual e nas condições regulatórias em Portugal”, sustenta a Voi Technology.

A Voi chegou ao mercado português no fim de 2018, após uma ronda de investimentos, onde arrecadou 50 milhões de dólares na série A, tendo sido esta ronda liderada pelo investidor tecnológico Balderton Capital, e comparticipada por Jeff Wilkes da Amazon e Justin Mateen do Tinder.

“Lisboa é uma cidade voltada para o futuro que adotou a micromobilidade para criar uma cidade mais habitável e sustentável, mas isso trouxe certas consequências que não eram intencionais”, refere o comunicado da empresa sueca, dando como exemplo a “desorganização e manobragem insegura”.

“Na nossa experiência, e sendo uma empresa europeia, acreditamos fortemente que Lisboa e os seus cidadãos poderiam beneficiar de uma mudança para um processo de licenciamento”, indica. “Este processo permitiria que a cidade regulasse os operadores de micromobilidade através de requisitos e regulamentos, criando efetivamente em termos iguais de concorrência para um número limitado de operadores sérios que podem investir em Lisboa a longo prazo e ajudar a cidade a atingir os seus objetivos de mobilidade e sustentabilidade”, sublinha o comunicado.

Esta explicação de saída pode ser vista como um ataque ao largo número de empresas de micromobilidade existentes em Portugal, nomeadamente em Lisboa. Atualmente, Lisboa conta com nove empresas de trotinetes, sendo a Voi uma delas.

A empresa sueca avança que a prioridade neste momento é cuidar dos empregados e parceiros que são afetados pela decisão de encerramento da atividade em Lisboa. Durante as próximas semanas, a empresa vai recolher as trotinetes que detém em Lisboa e certificar-se “que não deixamos nenhum veículo para trás”.

Com indicações que quer seguir em frente e esquecer as “condições regulatórias em Lisboa”, a Voi Technology explica que vai focar os esforços e recursos em cidades, onde as condições de regulação permitem um investimento a longo prazo e uma mudança nas cidades, retirando-lhes o barulho e a poluição.

A mensagem termina com um possível regresso a Lisboa “no futuro”, mas somente “quando, e se, as condições regulatórias forem alteradas”.