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Trump corta laço com a OMS mas não sobe tarifas à China e Wall Street fecha mista

Os Estados Unidos vão aumentar o escrutínio das empresas chinesas cotadas em Nova Iorque, algo que a Tencent se prepara para fazer já na próxima semana. “As empresas de investimento não devem sujeitar os clientes aos riscos escondidos e impróprios associados ao financiamento de empresas chinesas que não seguem as mesmas regras”, disse esta sexta-feira Donald Trump.
  • Reuters
29 Maio 2020, 21h33

Wall Street vai de fim de semana sem tendência definida, depois de ter encerrado as últimas três sessões em terreno positivo. A bolsa de Nova Iorque fechou as negociações desta sexta-feira mista, depois de o presidente dos Estados Unidos ter dado uma conferência de imprensa na qual fez acusações à China e formalizou o fim das contribuições à Organização Mundial de Saúde (OMS). No entanto, desvaneceram-se os receios de um novo aumento de tarifas comerciais, o que gerou ânimo nos investidores.

O índice industrial Dow Jones caiu 0,07%, para 25.383,11 pontos, o financeiro S&P 500 subiu 0,53%, para os 3.045,88 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq avançou 1,29%, para os 9.489,87 pontos. Já o Russel 2000 desvalorizou 0,79%, para os 1.391,55 pontos. Sob o Dow Jones pesaram títulos como os da American Express (-3,14%, para 95,05 dólares) e da JP Morgan (-2,16%, para 97,25 dólares).

Destaque ainda para a Salesforce, cujas ações perderam 3,65%, para 174,59 dólares, apesar de ter apresentado um resultado líquido trimestral em linha com a previsão dos analistas. A empresa norte-americana de software viu os lucros caírem 12,3% para 641 milhões de dólares (cerca de 576 milhões de euros).

Donald Trump fez outra anúncio ao final desta tarde, garantindo que está a tomar medidas para proteger a integridade do sistema financeiro dos Estados Unidos. Como? Através do grupo de trabalho presidencial sobre mercados financeiros, que estará agora encarregue de estudar “as diferentes práticas das empresas chinesas cotadas nas bolsa dos Estados Unidos, com o objetivo de proteger investidores americanos”.

“As empresas de investimento não devem sujeitar os clientes aos riscos escondidos e impróprios associados ao financiamento de empresas chinesas que não seguem as mesmas regras. Os americanos têm direito à justiça e transparência”, disse ele, sem deixar tempo para questões dos jornalistas.

É o que se prepara para fazer a Tencent, uma tecnológica de ‘streaming’ de música com sede em Shenzhen. A empresa, cujo IPO (oferta pública inicial) está previsto para avançar já na próxima semana, foi notícia hoje por estar em negociações para investir  200 milhões de dólares (aproximadamente 180 milhões de euros) no grupo Warner Music, segundo o “Wall Street Journal”.

Os analistas do CaixaBank/BPI Research dizem que outro tema que prendeu as atenções desta tarde foi a publicação do indicador relativo ao consumo privado nos Estados Unidos em abril, o qual caiu 13,30% – a maior queda desde o início desta estatística em 1995.

Em relação ao mercado petrolífero, o preço do ‘ouro negro’ está a subir mais de 4%. O WTI, produzido no Texas, avança 4,21%, para 35,12 dólares por barril, enquanto a cotação do barril de Brent está a valorizar 4,02% para 37,48 dólares.

Quanto ao mercado cambial, o euro valoriza 0,22% face ao dólar (para 1,1101 dólares) e a libra também (+0,28%, para 1,2351 dólares). “O euro-dólar conseguiu cruzar o limite superior dos 1,08-1,10 no início desta semana. O movimento ascendente ganhou impulso e o par está a testar agora o nível dos 1,11. Este é o nível mais alto do euro-dólar desde 30 de março. O euro disparou depois da apresentação do fundo de resgate da Comissão Europeia”, lembra André Neto Pires, analista da XTB.

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