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Trump oferece proteção temporária a imigrantes em troca de verba para construção do muro

Presidente norte-americano, Donald Trump, apresentou hoje o seu plano para acabar com o shutdown no país. Democratas dizem que propostas são “inaceitáveis”.
19 Janeiro 2019, 21h20

O presidente norte-americano, Donald Trump, apresentou hoje o seu plano para acabar com o shutdown no país. Num discurso a partir da Casa Branca, Trump propôs apoiar uma legislação que protege por três anos cerca de 700 mil jovens imigrantes, que entraram ilegalmente no país em crianças, conhecidos como “dreamers”.

Prometeu ainda alargar pelo mesmo período de tempo o estatuto de proteção temporária (TPS, na sigla em inglês) a “aproximadamente 300 mil imigrantes” que estão nessa condição. Em troca, o presidente pede aos congressistas democratas que aprovem 5,7 mil milhões de dólares para a construção de um muro na fronteira com o México, em locais de “alta prioridade”.

No seu discurso, Trump voltou a falar sobre o que chamou de um “sistema de imigração estragado” nos EUA e enumerou problemas como tráfico de drogas e ataques violentos a mulheres e crianças na região da fronteira. “O nosso sistema de imigração devia ser um motivo de orgulho, não uma fonte de vergonha como é em todo o mundo”, declarou Trump.

“A falta de controlo fronteiriço permite que os criminosos entrem nos EUA”, lembrou o presidente. “Isto tem que acabar agora”, advertiu, acrescentando que “os problemas podem ser resolvidos se tivermos a coragem política para fazer o que é certo”. “É tempo de encontrar soluções. É tempo de reclamar o nosso futuro das vozes extremas que temem o compromisso e exigem as fronteiras abertas”, sublinhou.

A proposta de Trump inclui ainda a promessa de 800 milhões de dólares para assistência humanitária, 805 milhões para tecnologia de deteção de drogas para ajudar a garantir os pontos de entrada no país, bem como a contratação de 2.750 agentes para controlar a fronteira e 75 equipas de juízes de imigração para reduzir o número de casos nos tribunais.

O presidente espera assim encerrar a paralisação parcial do governo, que já dura há 29 dias e é a mais longa da história. O “shutdown” afeta diretamente 800 mil funcionários públicos, que não receberam salários este mês.

“Estou aqui para quebrar o impasse e propor ao Congresso um caminho para acabar com a paralisação do governo e resolver a crise na nossa fronteira sul, afirmou Trump, vincando que o plano apresentado hoje foi elaborado após ter ouvido os responsáveis pelas agências de fronteira e a Segurança Interna. E de ter incluído propostas dos democratas.

A presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, reagiu prontamente ao discurso de Trump, afirmando que, “infelizmente, os relatos iniciais deixam claro que a sua proposta é uma compilação de várias iniciativas anteriormente rejeitadas, cada uma das quais é inaceitável e, no total, não representa um esforço de boa-fé para restaurar a certeza na vida das pessoas. É improvável que qualquer uma dessas disposições passe sozinha pela Câmara e, em conjunto, elas são inaceitáveis”.

O senador democrata Dick Durbin também já se manifestou, dizendo que não vai apoiar a proposta de Trump para terminar com a paralisação. “Não posso apoiar a proposta e não acredito que passe no Senado”, afirmou, acrescentando que só estará disposto a sentar-se e negociar as questões não resolvidas, “depois de o governo ser reaberto e estar a funcionar”.

 

 

 

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