Trump escolheu como primeiro destino oficial o Golfo Arábico, de onde voltou com promessas de milhares de milhões de investimento, um acordo para vender material militar e de segurança aos parceiros da região, sinais de normalização entre a Síria e Israel e uma encomenda recorde do Qatar à Boeing. Contas feitas, são mais de 3 biliões de dólares angariados pelo presidente para a economia norte-americana nos próximos anos, uma vitória para Trump e a sua estratégia de atrair capital estrangeiro para os EUA.
Aquela que deveria ser a primeira visita oficial de Trump no seu segundo mandato (as cerimónias fúnebres do Papa Francisco acabaram por assumir este título) estava carregada de simbolismo à partida: por um lado, o destaque dado pelo presidente aos países árabes, que passaram de players de segunda linha com ambições de maior integração (sobretudo na questão securitária) com Washington para figuras de proa na diplomacia e economia global; e, por outro, pelo facto de ignorar o principal aliado histórico e diplomático norte-americano, Israel.
A prioridade de Trump era bastante clara – assegurar investimento. Os três países visitados, a Arábia Saudita, Qatar e Emirados Árabes Unidos (EAU), fazem parte do grupo de economias com quem os norte-americanos têm excedentes comerciais recorrentes, sendo, portanto, vistos como parceiros benéficos. No caso da Arábia Saudita, 2024 fechou com um excedente no comércio de bens de 443 milhões de dólares (396,5 milhões de euros) favorável aos EUA; com o Qatar, registaram um excedente de 2 mil milhões de dólares (1,79 mil milhões de euros); na relação com os EAU, o saldo foi positivo em 19,5 mil milhões de dólares (17,6 mil milhões de euros).
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