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Turquia aproxima-se da Chevron e da Exxon para a exploração de gás no Mar Negro

A poucos dias do encontro entre Erdogan e Biden, um possível entendimento entre empresas energéticas dos dois países não podia ser um melhor princípio de conversa, numa altura em a relação entre os dois países não é a melhor.
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11 Junho 2021, 18h10

A poucos dias do encontro do presidente turco Recep Erdogan com o seu homólogo norte-americano, Joe Biden (a 14 de junho), a imprensa turca destaca esta sexta-feira que o país partilhou dados sobre as suas descobertas de hidrocarbonetos no Mar Negro com as principais empresas de energia norte-americanas, a Chevron e a Exxon Mobil. Uma possível cooperação na extração do gás é o que está em cima da mesa.

Ancara tem insistido que vai desenvolver por contra própria o projeto para local onde se estima que haja 540 mil milhões de m3 de gás, a maior descoberta do país e uma das maiores do mundo no ano passado, mas os avultados investimentos parecem agora aconselhar a um entendimento mais amplo.

Qualquer trabalho formal com empresas norte-americanas marcaria uma mudança nos planos para o Mar Negro, e novas implicações geopolíticas: é que a Rússia tem uma parte importante da costa daquele mar interior e por certo não está interessada em ver as empresas norte-americanas a atura tão perto de uma zona sensível (a Península da Crimeia e a Ucrânia estão ali) em relação à qual também tem interesses económicos.

A descoberta do Mar Negro pode transformar a dependência energética da Turquia, engajada à Rússia, Irão e Azerbaijão e transformar o país num exportador líquido de gás – desde logo para a Europa, onde o principal fornecedor é precisamente a Rússia.

Atualmente, a Turquia importa quase todo o gás que consome, e numa tentativa de diminuir a sua dependência externa das importações de energia, aumentou as buscas de hidrocarbonetos ao largo das suas costas nos últimos anos, tanto no Mar Negro como no Mar Mediterrâneo. Em ambos os casos as buscas estão longe de serem isentas de problemas. No Mediterrâneo Oriental, Chipre e a Grécia têm criticado fortemente os propósitos e a forma de atuar da Turquia.

A cooperação energética entre a Turquia e empresas norte-americanas pode ajudar a diminuir as divergências que o país mantém com os Estados Unidos, nomeadamente no quadro da NATO – mais particularmente a propósito da compra pela Turquia do sistema russo de defesa aérea S-400.

A Exxon Mobil e a Chevron podem em breve vir a reunir com a Turkish Petroleum Corporation depois de terem recebido dados sobre a descoberta. A Turquia planeia começar a bombear gás do campo do Mar Negro em 2023, mas deve primeiro construir a rede de oleodutos offshore e as instalações de processamento.

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