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Ubeeqo. O ‘carsharing’ que a Europcar vai lançar em Portugal

Como tem evoluído o negócio de longa duração? Quais são os fatores de impacto no crescimento? Turismo ou crescimento da economia? O negócio em evoluído muito bem com uma característica muito interessante na empresa e que é a questão dos individuais. Estamos com uma penetração de 30% neste segmento. Devido ao negócio de curta duração […]
28 Fevereiro 2019, 09h10

Como tem evoluído o negócio de longa duração? Quais são os fatores de impacto no crescimento? Turismo ou crescimento da economia?

O negócio em evoluído muito bem com uma característica muito interessante na empresa e que é a questão dos individuais. Estamos com uma penetração de 30% neste segmento.

Devido ao negócio de curta duração temos uma grande facilidade em captar os particulares (individuais) através do site. Isto tem a ver com o turismo e com a economia. No corporate a indústria do turismo tem igualmente influência.

Qual o número de viaturas sob gestão na Europcar?

Depende da altura do ano, sendo que no verão chegamos às duas mil unidades.

Como funciona a questão da propriedade das viaturas. A Europcar compra e revende?

A maior parte das viaturas voltam para as marcas e resultam de acordos com fazemos com elas. Depois há uma pequena percentagem que compramos e usamos esses carros durante mais tempo. Normalmente, os veículos comerciais são comprados porque também têm uma utilização mais intensiva. Os ligeiros voltam na sua maioria para as marcas.

No Aluguer de Longa Duração em que é que a vossa proposta se diferencia das congéneres? E o que significa ALD em termos de maturidade?

O conceito de longa duração significa mais que um ano e a reação dos clientes tem sido positiva. Lançámos o longa duração porque já tínhamos um produto de média duração, o que significa que tem um período que começa nos 30 dias e que pode ir até aos três meses, e que poderá ser renovado. A solução tem registado um grande êxito porque permite ao cliente adjudicar hoje e ter o carro amanhã, com base na nossa bolsa de carros. Na prática, utiliza o mínimo de 30 dias e vai fazendo as renovações que quiser trimestralmente. Lançámos há uns anos este produto muito flexível e teve grande aceitação no mercado corporativo. Nunca o fizemos para o mercado dos individuais.

O longa duração surgiu exatamente porque estes clientes queriam ter um produto idêntico mas com uma oferta de mais tempo e que permite também baixar o preço.

O que fazemos hoje no longa duração é exatamente a mesma coisa. Temos igualmente uma bolsa de carros que permite uma rapidez aos clientes que querem amanhã ter um carro de longa duração e na vez de estarem dois ou três meses à espera podem ter o carro no dia a seguir. E depois há flexibilidade e facilidades, nomeadamente com a gestão que fazemos da viatura de substituição, pois perante avaria ou acidente não há a questão de a companhia de seguros prestar mais assistência em viagem.

Temos trabalhado os clientes corporativos e, paralelamente, através do site temos conseguido uma grande penetração nos individuais. Para além da rapidez e da flexibilidade, há também a questão da mobilidade garantida e dou o exemplo da viatura de substituição que tem um tempo ilimitado, voltando a repor o carro anterior quando a avaria estiver reparada.

Quem tem aderido ao Longa Duração? PME, particulares, frotas…

Particulares e PME. Ainda não começámos a trabalhar as grandes frotas. Vamos crescer um pouco mais antes de darmos outro passo.

O negócio das frotas tem ou não relevo para a Europcar?

Tem relevo. Falamos sempre de frotas pequenas com clientes até 20 a 30 carros. Como já tínhamos muitos clientes desse tipo que trabalham connosco na curta e média duração, estamos a fazer negócio com esses clientes na longa duração.

Nos novos negócios, qual o papel das novas tecnologias na captação e retenção de clientes?

Fizemos investimentos muito grandes no site e na app e este ano estamos a lançar novas ofertas que, por exemplo, permitem aos clientes corporativos, tendo uma conta aberta connosco, deixar de parar numa estação e preencher a papelada toda para abrir um contrato. Desde que estejam na app e tenham lá a carta de condução e os elementos de identificação podem a partir deste ano chegar a uma estação – depois de previamente terem feito a reserva -, abrem o carro com o telefone e seguem.

Isto é algo que vamos começar agora. Já temos o nosso negócio de carsharing, mas vamos começar agora nas nossas atividades de curta duração.

E tudo isto acontece porque tudo está a mudar a nível dos novos clientes. Os jovens não querem ir para o balcão e estar 20 minutos à espera, mais 15 minutos para assinar o contrato e preencher todos os papéis. Só irão trabalhar connosco se for tudo fácil e é isso que estamos a fazer.

O Ubeeqo é o nosso serviço de carsharing e com o qual estamos em testes para Lisboa. Estamos presentes em 20 cidades europeias onde temos 2.500 carros e passaremos para cinco mil viaturas este ano. Em Lisboa, vamos posicionar-nos para apanhar os residentes e quem trabalha na cidade, o que significa que vamos ao cliente que precisa de ir a uma reunião e aquele que quer o carro para o fim-de-semana. Vamos posicionar o pricing para uma utilização de longo tempo, contrariando a tendência atual do carsharing que funciona para períodos reduzidos de horas. Na prática, é como criarmos uma pequena rent-a-car com acesso mais fácil para os clientes. E sem revelar pormenores posso dizer que no pricing muito agressivo vamos incluir o combustível.

O que estão a fazer e o que vão fazer em termos de novos negócios?

Estamos a investir no carsharing que é o modelo de negócio do futuro nos centros urbanos, e onde já temos todas as novas tecnologias: a pessoa com o telefone abre e fecha o carro, não tem que falar com ninguém, só tem que fazer reservas na app e abrir o carro na app e fazer tudo na app.

Enquanto no negócio tradicional vamos começar este ano a fazer a mesma coisa. Se for um cliente corporativo tem de ter uma conta aberta connosco. Se for um cliente individual basta que tenha um cartão Privilege com cartão de crédito associado e para esses clientes basta colocarem a carta de condução na app. Vão poder fazer o exatamente o mesmo que fazem os utilizadores do carsharing: chegam a uma estação, abrem o carro e seguem. Isto é o começo e é o futuro.

A história do carsharing onde a empresa está envolvida vai ter grande peso no futuro próximo?

Esse é o nosso sentimento. Toda a gente fala em mobilidade e as grandes operações de mobilidade vão chegar primeiro aos centros urbanos. Já vemos isso em Lisboa com bicicletas, trotinetas e Ubers, ou seja, uma série nova de carsharing. É nos grandes centros urbanos que o modelo se vai alterar e por isso estamos a investir bastante porque acreditamos na mobilidade partilhada.

Este projeto (carsharing) vai ter grande impacto, a par de outras novidades como o carro autónomo, alteração dos combustíveis, mesmo sem se saber bem para onde vamos, se é para o elétrico, se é para os novos motores térmicos ou se para um terceiro combustível. Mas, repito, todas as alterações irão surgir primeiro nos centros urbanos.

A propósito da eletrificação dos carros que reação tem tido dos clientes quanto aos carros elétricos?

Temos desde há uns anos uma preocupação com a parte ecológica. Temos acompanhado os fabricantes na redução da capacidade dos motores para reduzir as emissões de CO2, temos introduzido mais gasolina ao longo do tempo e temos estado a introduzir mais elétricos ano após ano. O problema está na rede de carregamento elétrico. Basta olharmos para a cidade de Lisboa onde grande parte dos carregadores estão danificados e os postos servem de estacionamento porque há parqueamentos insuficientes. Na prática, quem quer um elétrico e não consegue carregar em casa ou no escritório, não consegue ter um elétrico. Nesta indústria existe futuro mas terá e evoluir a oferta a nível do carregamento senão os clientes não terão confiança.

Há clientes a pedir um carro elétrico ou evitam-no?

Os clientes que pedem querem experimentar e são mais os portugueses do que estrangeiros. Estes querem mobilidade e não querem estar preocupados.

A Europcar fez uma experiência com o Twizy. Como foi a reação?

Foram colocados no Algarve, em resorts turísticos, e os clientes alugam como uma experiência com bastante sucesso.

Houve alterações fiscais sobre o diesel. Isso não altera a estratégia da empresa?

Não tem impacto. A preocupação para mudar para a gasolina vem de trás.

Quais as grandes tendências e objetivos da Europcar para 2019?

Voltar a crescer muito em todos os segmentos. Estamos confiantes porque acreditamos que o turismo irá continuar a crescer, não vemos nenhuma razão para qualquer abrandamento económico e estamos confiantes de que iremos continuar a crescer em todos os segmentos. E pela terceira vez fomos Escolha do Consumidor e o Melhor Rent-a-Car pelo ‘Publituris’. Isto revela que temos um conhecimento a nível nacional e externo que é reconhecido.

Fazem o trabalho de reconhecimento da marca?

No mercado corporativo fazemos surveys de dois em dois anos para avaliarmos o que temos de melhor e de pior e, neste caso, o que temos de melhorar. E tudo avaliado na comparação com a concorrência. No mercado do cliente individual, temos o ‘Net Promoter Score’ (NPS) que permite que cada cliente faça a avaliação através de mail ou telefone e por estação. Verificamos os pontos que temos de mudar e atuamos por estação. Nas empresas, estamos mais a falar com o gestor da frota, na avaliação do NPS falamos com o condutor e temos feedback de ambos os lados e fazemos as nossas correções.

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