O UBS tentou esta quarta-feira convencer os seus acionista, na assembleia-geral anual, de que a inesperada compra do rival Credit Suisse pode funcionar, escreve a “Reuters”. A fusão deve estar terminada nos próximos meses.
As autoridades suíças anunciaram no mês passado que o UBS iria comprar o Credit Suisse, depois de um fim de semana de negociações para tentar resolver a crise no banco e travar o contágio ao restante sector financeiro. O grupo acabou por avançar com a aquisição por três mil milhões de francos suíços.
Esta decisão enfureceu não só os acionistas da instituição financeira, como muitos outros na Suíça. Uma sondagem realizada pela gfs.bern concluiu que a maioria dos suíços não apoia o acordo, refere a agência de notícias.
Os acionistas do maior banco da Suíça tiveram esta quarta-feira a oportunidade de expressar a sua opinião na assembleia-geral. Enquanto alguns demonstraram a sua frustração por não terem tido conhecimento de nada, outros mostraram-se preocupados com possíveis perdas de empregos e o impacto adverso do novo banco na concorrência.
Durante o encontro, o “chairman”, Colm Kelleher, tentou acalmar os receios, afirmando que há cerca de 250 bancos no país e, por isso, há concorrência suficiente. Por outro lado, disse que é demasiado cedo para se especular sobre os postos de trabalho.
O responsável referiu ainda que esta operação significa um “novo começo e muitas oportunidades” para a nova instituição financeira e para o sector financeiro suíço como um todo, de acordo com a “Reuters”. Mostrou-se ainda confiante na sua capacidade para gerir com sucesso a integração do Credit Suisse, notando que o banco criado a partir desta fusão vai continuar a estar bem capitalizado. “Acreditamos que a transação é financeiramente atrativa para os acionistas do UBS”, disse.
Esta reunião realizou-se um dia depois de os executivos do Credit Suisse terem enfrentado os seus acionistas e de o “chairman”, Axel Lehmann, ter pedido desculpa por ter levado o banco suíço à beira da falência na reunião magna de acionistas que decorreu em Zurique.
“Lamento imenso”, disse Axel Lehmann. “Peço desculpa por já não termos sido capazes de conter a perda de confiança dos clientes”.
Esta reunião foi marcada por uma manifestação de acionistas e suíços, em fúria com o destino do banco centenário, que arrastavam um barco grande pintado de encarnado e com o nome Credit Suisse, numa analogia ao Titanic.
Na terça-feira, a “Reuters” avançou que o Banco de Inglaterra aprovou a compra do Credit Suisse pelo UBS no Reino Unido, um mercado importante para os bancos suíços.
Notícia atualizada às 15:32
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