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UBS vai cortar três mil empregos para combater custos

Tal como se previa, o grupo vai recorrer à estratégia de sempre: para cortar custos, a primeira medida é recorrer aos despedimentos. As ações da USB responderam positivamente, atingindo máximos de 2008.
Justin Lane/EPA via Lusa
31 Agosto 2023, 09h22

O UBS Group planeia cortar três mil empregos na Suíça nos próximos dois anos, dando assim as primeiras indicações de como pretende alcançar um corte de mais de dez mil milhões de dólares de custos após assumir o controlo do Credit Suisse. A fórmula é a de sempre: quando um grupo anuncia que entende ter chegado a hora de cortar custos, o mercado interioriza que chegou a hora de mandar para casa parte dos funcionários. O UBS, como era de esperar, seguiu a cartilha.

O grupo anunciou também que manterá a operação suíça do banco que comprou, talvez tentado apaziguar as reações necessariamente negativa que a decisão vai produzir na Suíça.

Para os analistas, a maior gestora de fortunas do mundo poderia ter desmembrado o negócio e lançado um IPO, mas o banco doméstico tem sido um sólido gerador de lucros para o Credit Suisse e, no ano passado, foi a única divisão que escapou a um balanço negativo.

“A nossa análise mostra claramente que uma integração total é o melhor resultado para o UBS, para os stakeholders e para a economia suíça”, disse o presidente-executivo Sergio Ermotti, em comunicado citado pela imprensa internacional. Aquele responsável escreveu um memorando interno para dizer que a integração do banco doméstico do Credit Suisse resultará na perda de mil postos de trabalho, enquanto outros dois mil resultariam da necessidade de reestruturar profundamente o Credit Suisse.

Como resposta, as ações do UBS subiram 5% na abertura do mercado, atingindo máximos que não se viam desde 2008. A previsão de mais de dez mil milhões de corte nos custos até ao final de 2026 compara com uma estimativa anterior de 8 mil milhões até 2027, o que parece ter agradado aos detentores de papéis da instituição.

Por outro lado, o banco já percebeu que um dos caminhos da salvação é manter a fidelidade dos clientes. O Credit Suisse reportou saídas líquidas de ativos de 39 mil milhões de francos suíços (cerca de 40 mil milhões de euros) no segundo trimestre. Mas o UBS disse que as saídas ocorreram a um ritmo mais lento em comparação com os trimestres anteriores.

Quando a operação foi realizada, a UBS deu a entender que ganhava uma grande base de ativos, bom relacionamento com clientes e funcionários talentosos – parte deles de saída. Mas os analistas já tinham antecipado essa necessidade.

O UBS registou um lucro líquido de 29 mil milhões no segundo trimestre. Os resultados do UBS incluem apenas um mês de ganhos do Credit Suisse, já que o negócio só foi fechado em junho. Os lucros devem-se a um enorme ganho pontual que reflete como os custos de aquisição do Credit Suisse ficaram muito abaixo do seu valor.

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