Os ataques russos a norte e a nordeste de Kharkiv, a segunda cidade da Ucrânia, foram antecipados pela estrutura militar das forças de Kiev, sinalizados pela inteligência ocidental e eram evidentes para todos os analistas militares. Serviriam para estancar as investidas ucranianas à região russa de Belgorod e permitiriam constituir uma espécie de zona-tampão entre a Ucrânia e os oblasts tomados por Moscovo a leste. Apesar disso, nos últimos oito dias, as tropas russas conseguiram caminhar cerca de seis quilómetros em território ucraniano sem que as forças de Kiev tivessem conseguido pará-las. Para os analistas, importa perceber-se a razão do sucedido e daí tomar as devidas ilações. Antes disso, e segundo o embaixador Francisco Seixas da Costa, vale a pena adiantar que a tomada de território por parte dos russos não é (em termos geográficos) “muito significativa”, que quer dizer que a capacidade do exército de Moscovo ”é muito limitada”.
Kharkiv à vista
De qualquer modo, e a acreditar nos próprios ucranianos, as defesas na região pura e simplesmente não existiam: “a primeira linha de fortificações e de minas simplesmente não existia”, escreveu o comandante ucraniano Denys Yaroslavsky já depois do ataque. Para Dan Sabbagh, especialista em defesa e segurança do jornal britânico “The Guardian”, as razões para a ‘desguarnição’ são evidentes: “as dificuldades militares da Ucrânia foram causadas em parte pela pausa de quatro meses no fornecimento de armas dos Estados Unidos – finalmente resolvida no mês passado, quando um pacote de ajuda de 61 mil milhões de dólares foi aprovado no Congresso. Ao mesmo tempo, a Ucrânia, em menor número nos campos de batalha, está a lutar para recrutar homens, tendo reduzido a idade mínima de alistamento obrigatórios de 27 para 25 anos”.
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