[weglot_switcher]

Ucrânia decide este domingo quem vai liderar o país

A decisão é entre um empresário do chocolate e um comediante, um deles será o novo presidente da Ucrânia.
  • Fabrizio Bensch/REUTERS
21 Abril 2019, 11h09

Este domingo 35 milhões de ucranianos são chamados de novo às urnas na segunda volta das eleições ucranianas. A opção é entre Petro Poroshenko, o atual chefe do Estado da Ucrânia, empresário de 53 anos e Volodymyr Zelenskiy, comediante de 41 anos, estrela do programa de humor “O Servidor do Povo”.

Na primeira volta, realizada a 31 de março, o comediante teve 30,2% dos votos expressos e o atual presidente teve 15,9%. Durante a campanha eleitoral, Zalenskiy desafiou Poroshenko para um debate, exigindo que ambos os candidatos realizassem testes de álcool e droga. O atual presidente aceitou, mas depois o comediante acabou por faltar ao debate, que deveria ter lugar no passado domingo, no estádio Olímpico de Kiev. O chefe de Estado não se perturbou e falou sozinho à multidão.

Poroshenko tem-se pautado por uma aproximação a União Europeia e aos Estados Unidos e por uma feroz crítica à Rússia. Num país com um grave conflito armado a leste, com uma parte do território anexado pela Rússia, na Crimeia, com uma situação financeira difícil, pendente do combate à corrupção e do dinheiro do FMI, o atual presidente surge como o líder experimentado, relata o Diário de Notícias.

Durante o seu mandato, Poroshenko reduziu a influência russa nos media do país, censurando filmes e livros russos. Além disso, criou a Igreja Ortodoxa da Ucrânia, que deixa de depender do Patriarcado de Moscovo, o que o fez ganhar bastante crédito junto do eleitorado.

O chefe de Estado fez fortuna à conta da sua empresa de confeitaria e fabrico de chocolate Roshen e de um canal de televisão, o 5 Kanal. A sua fortuna pessoas está avaliada em cerca de mil milhões de dólares, o que equivale a 885 milhões de euros.

Poroshenko é enaltecido, por uns, pela resistência contra os rebeldes pró-russos no leste da Ucrânia e criticado, por outros, pela lentidão no combate à corrupção. Sobre os truques de Zelenskiy nesta campanha eleitoral Poroshenko avisou o rival: “Isto não é um show. Não há espaço para piadas aqui. Ser presidente e comandante supremo das forças armadas não é uma brincadeira”.

O comediante, por seu lado, é uma estrela do Canal 1+1, que conta com 3,7 milhões de seguidores, fazendo face aos apenas 267 mil de Poroshenko. O rival atual do chefe de Estado tem mais seguidores naquela rede social do que os líderes da França, da Alemanha, da Itália e do Reino Unido todos juntos, compara o DN.

Acusado de inexperiente, o comediante defende-se alegando que sempre foi uma pessoa politicamente ativa. No que toca ao combate à corrupção e às políticas económicas, diz a Reuters, Zelenskiy é partidário de continuar a cumprir o programa do FMI, durante o tempo em que for necessário, acabar com a imunidade do presidente, dos deputados e dos juízes, mudar a lei para passar ser a possível submeter o presidente a um processo de impeachment, conceder uma amnistia fiscal, permitindo que as pessoas que antes não declararam bens o possam fazer se pagarem uma taxa de 5%.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.