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Ucrânia: EUA planeiam emprestar 20 mil milhões de dólares em juros de ativos russos congelados

Os líderes do G7 concordaram em junho em utilizar os juros gerados pelos ativos russos congelados nas suas jurisdições para garantir um empréstimo de 50 mil milhões de dólares (46,3 mil milhões de euros) à Ucrânia.
Charles Mostoller/Reuters
23 Outubro 2024, 07h47

Washington deve contribuir com 20 mil milhões de dólares (18,5 mil milhões de euros) para o empréstimo à Ucrânia prometido pelos países do G7 com juros sobre ativos russos congelados, adiantou na terça-feira a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen.

Esta operação deverá estar finalizada até ao final do ano, assegurou a governante.

“Estamos prestes a finalizar a parte da América neste programa de empréstimos de 50 mil milhões de dólares”, que os países do G7 esperam poder “conceder à Ucrânia até ao final do ano”, declarou Yellen, em conferência de imprensa.

Os Estados Unidos devem “contribuir com até 20 mil milhões de dólares para o pacote de 50 mil milhões de dólares do G7”, especificou, durante esta reunião organizada por ocasião das reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial que se realizam esta semana em Washington.

Os líderes do G7 concordaram em junho em utilizar os juros gerados pelos ativos russos congelados nas suas jurisdições para garantir um empréstimo de 50 mil milhões de dólares (46,3 mil milhões de euros) à Ucrânia.

Este empréstimo será garantido por juros futuros gerados por ativos fixos russos, que ascendem a 300 mil milhões de euros, gerando até três mil milhões de euros em receitas por ano.

Janet Yellen falou em “ainda um pouco de trabalho para finalizar os detalhes” do empréstimo norte-americano, mas apenas “algumas pequenas coisas, estamos muito perto disso, e não há nada de importante que fique por resolver”.

De uma forma mais abrangente, “até à data ainda não houve acordo” entre os países do G7 sobre os detalhes técnicos do empréstimo de 50 mil milhões, observou terça-feira fonte do Ministério da Economia francês, destacando “um trabalho importante a nível técnico para alcançar um acordo” que ela espera na sexta-feira durante uma reunião dos ministros das Finanças do G7.

O ex-presidente, o republicano Donald Trump, que espera ser reeleito em 05 de novembro, continua a denunciar o dinheiro concedido à Ucrânia pela administração dos democratas Joe Biden e Kamala Harris, a concorrente na corrida à Casa Branca.

Pelo contrário, o republicano promete reduzir a ajuda financeira internacional para atribuir esse dinheiro aos Estados Unidos.

Janet Yellen esclareceu assim que, no contexto deste empréstimo à Ucrânia, “a fonte de financiamento destes empréstimos não é o contribuinte americano”, mas sim a “Rússia”, através “dos rendimentos de (…) ativos soberanos russos que foram mobilizados na Europa, onde se localiza a fonte de pagamento”.

Anunciou ainda uma nova ronda de sanções “severas” contra a Rússia, que serão detalhadas “na próxima semana”, e terão como alvo “intermediários em países terceiros que fornecem à Rússia peças essenciais para o seu exército”.

“Continuamos a lutar contra a fuga às sanções por parte da Rússia”, garantiu.

Os Estados Unidos e os países aliados impuseram, desde a invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022, milhares de sanções, visando indivíduos, empresas ou outras entidades.

As sanções económicas, especificamente, tomadas pelo Departamento do Tesouro, congelam os ativos nos Estados Unidos de indivíduos ou entidades visadas e visam restringir o seu comércio.

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