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Ucrânia: evacuações novamente ameaçadas Kiev e Mariupol

O conflito alastrou nos arredores de Kiev este sábado e as autoridades ucranianas avançaram que bombardeios pesados e ameaças de ataques aéreos russos estão a colocar em risco tentativas de evacuação de civis.
Stringer/Lusa
12 Março 2022, 15h30

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, disse este sábado que a Rússia está a enviar mais tropas para os arredores da capital, Kiev, e que a possibilidade de abertura de corredores humanitários para a evacuação de civis está colocada em causa.

Zelenskiy disse que o conflito resultou em que algumas pequenas cidades ucranianas já não existem e que qualquer negociação deve começar com um cessar-fogo. As negociações existentes começaram a abordar tópicos concretos em vez de apenas trocar ultimatos, disse.

O presidente disse ainda que a Ucrânia não pode parar de lutar, mas defende um cessar-fogo em torno de um corredor humanitário acordado no porto de Mariupol, no sul, e pediu à Rússia que o permita.

Mas a situação repete-se: Moscovo culpou Kiev pelo fracasso das evacuações. As autoridades ucranianas planeavam usar corredores humanitários em Mariupol, bem como em cidades nos arredores de Kiev, mas tal não terá sido possível.

O governador da região de Kiev, Oleksiy Kuleba, disse que os combates e ameaças de ataques aéreos russos continuaram na manhã de sábado, apesar de as algumas evacuações estarem em andamento. “Vamos tentar tirar pessoas todos os dias, desde que seja possível observar um cessar-fogo” disse. Este sábado, cerca de apenas sete mil pessoas terão sido retiradas da cidade, um número que Kiev considera manifestamente insuficiente para as necessidades.

Ao mesmo tempo, o governador da região de Donetsk disse que bombardeamentos constantes complicam a chegada de ajuda a Mariupol.

“Há relatos de saques e confrontos violentos entre civis pela posse dos poucos alimentos básicos que restam na cidade”, disse o Gabinete de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU. “Os medicamentos para doenças potencialmente fatais estão a esgotar-se rapidamente, os hospitais estão a funcionar apenas parcialmente e a comida e a água estão em falta”.

A Rússia insiste em abrir corredores humanitários com destino à própria Rússia, o que é recusado pela Ucrânia – mas o impasse mantém-se.

Pelo menos 1.582 civis morreram em Mariupol como resultado do bombardeamento russo e de um bloqueio de 12 dias, informou o conselho da cidade.

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