O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, que se encontra em visita a Kiev, “está seguro”, mas “chocado” após a capital ucraniana ter sido atingida por bombardeamentos russos no início da noite. “Estamos seguros”, disse a jornalistas Saviano Andreu, porta-voz do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês). À agência France-Presse (AFP), Andreu referiu ainda que “é uma zona de guerra, mas é chocante que tenha acontecido perto” de onde a delegação de Guterres está.
Kiev foi alvo esta quinta-feira de pelo menos dois bombardeamentos por parte das forças russas enquanto decorre a visita do secretário-geral da ONU, segundo autoridades locais e jornalistas da AFP.
Os correspondentes da AFP viram no local um edifício em chamas, janelas partidas, uma forte presença policial e socorristas. O presidente da Câmara de Kiev, Vitali Klitschko, confirmou no Telegram “dois ataques” a um dos distritos da capital.
A Ucrânia classificou como um “ato hediondo de barbárie” os bombardeamentos a Kiev enquanto decorria a visita do secretário-geral das Nações Unidas. “Com este ato hediondo de barbárie, a Rússia mais uma vez demonstra a sua atitude em relação à Ucrânia, à Europa e ao mundo”, salientou o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kouleba, através da rede social Twitter.
O presidente da Câmara de Kiev, Vitali Klitschko, confirmou no Telegram “dois ataques” a um dos distritos da capital. “À noite, o inimigo atacou Kiev. Dois ataques no distrito de Chevchenkovsky”, atingindo um edifício residencial, referiu Vitali Klitschko, acrescentando que três pessoas ficaram feridas e estão hospitalizadas. “Os serviços de resgate e de emergência estão a trabalhar no local”, adiantou ainda.
Também Mikhail Podolyak, conselheiro do Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, denunciou no Twitter que os “mísseis atingiram o centro de Kiev durante a visita oficial de António Guterres”.
“Ontem ele [António Guterres] estava sentado numa mesa longa no Kremlin e hoje explodem mísseis em cima da sua cabeça”, apontou Podolyak.
Já o chefe da administração do gabinete presidencial, Andriï Yermak, sublinhou que está “é a prova” de que a Ucrânia “precisa de uma vitória rápida sobre a Rússia e que todas as pessoas civilizadas se devem unir aos ucranianos”.
“Devemos agir rapidamente. Mais armas, mais esforços humanitários, mais ajuda”, apelou, pedido ainda a retirada à Rússia do seu direito de veto no Conselho de Segurança da ONU.
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