As negociações entre a Ucrânia e a Rússia foram suspensas ao final da tarde desta terça-feira, com as duas partes a declararem que há muitas divergências entre as agendas, mas que há espaço para progressão. Nada de novo, portanto: tal como nas rondas anteriores, as portas não se fecham totalmente, mas estão longe de dar passagem a um qualquer entendimento que possa afigurar-se como um caminho para um cessar-fogo.
A promessa também se repete: as duas partes estão interessadas em retornar aos trabalhos, sendo certo que os analistas confirmam que, mesmo a marcar algum passo, é sempre importante que as rondas se mantenham no ativo. Se isso não suceder, dizem, a guerra rapidamente aumentará de dimensão.
Entretanto, os primeiros-ministros da República Checa, Polónia e Eslovénia reuniram-se esta noite com o presidente da Ucrânia, Vlodomyr Zelensky, em Kiev – dando mostras, entre outras coisas, de uma coragem física incomum entre a classe política.
Os três primeiros-ministros viajaram para a capital ucraniana de comboio, numa demonstração de solidariedade com a Ucrânia. O primeiro-ministro da Polónia, Mateusz Morawiecki, postou várias fotos com o primeiro-ministro da República Checa, Petr Fiala, e o seu homólogo esloveno, Janez Jansa, em Kiev, onde “a história está a ser feita”.
“Esta guerra é o resultado de um tirano cruel a atacar civis indefesos e a bombardear cidades e hospitais na Ucrânia. Temos que parar esta tragédia no Leste o mais rápido possível. É por isso que estamos em Kiev”, disse Mateusz Morawiecki nas redes sociais.
Já Janez Jansa também nas redes sociais, afirmou que “os valores europeus estão ameaçados” e “não há país em todo o continente mais europeu do que a Ucrânia”.
O objetivo da reunião em Kiev com o presidente da Ucrânia e o seu primeiro-ministro, Denis Shmyhal, foi transmitir “o apoio inequívoco” dos 27, informou o gabinete de Morawiecki em comunicado.
Foi Varsóvia o país a lançar a iniciativa, apesar de não ter o apoio da União Europeia: o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, alertou para os riscos de segurança envolvidos na viagem, segundo fontes comunitárias em Bruxelas. É a primeira visita de líderes internacionais à cidade desde o início da ofensiva russa, há quase três semanas.
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