O Presidente russo, Vladimir Putin, e o enviado da Casa Branca, Steve Witkoff, discutiram hoje no Kremlin a possibilidade de negociações diretas entre a Rússia e a Ucrânia para chegar a uma solução pacífica para o conflito.
“Entre outras coisas, foi discutida a possível retoma das negociações diretas entre representantes da Rússia e da Ucrânia”, revelou Yuri Ushakov, conselheiro internacional do Kremlin, em conferência de imprensa.
Ushakov referiu que a reunião, que durou três horas, serviu para “aproximar as relações” entre o Kremlin e a Casa Branca e foi “construtiva e muito útil”.
O conselheiro de Putin indicou que, conforme acordado pelos respetivos líderes, as consultas russo-americanas continuarão ativamente no futuro próximo.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, defendeu hoje a posição de Moscovo sobre a integração da península anexada da Crimeia na Federação Russa, um cenário inaceitável para a Ucrânia.
Apesar da ocupação desde 2014, a anexação da Crimeia não é reconhecida pela generalidade da comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos.
Trump afirmou ainda que o compromisso da Rússia em cessar as hostilidades e abster-se de conquistar mais território do que aqueles que já controla no país vizinho é uma concessão suficiente.
Putin sinalizou a sua disponibilidade para retomar os contactos diretos com Kiev pela primeira vez esta semana, referindo-se a uma possível trégua de 30 dias nos ataques às infraestruturas civis, de acordo com uma proposta de Zelensky no passado domingo, no fim de um cessar-fogo no período da Páscoa, que ficou marcado por acusações cruzadas de centenas de violações.
“Tudo isto precisa de ser estudado minuciosamente, mesmo a nível bilateral”, afirmou o líder russo.
A este propósito, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, comentou que o principal obstáculo é o decreto assinado por Zelensky, que o impede de negociar pessoalmente com Putin.
Representantes da Rússia e da Ucrânia realizaram negociações diretas em Minsk logo após o início da invasão militar russa, iniciada em 24 de fevereiro de 2022, e voltaram a reunir-se em Istambul em março.
A Rússia sustenta que ambos os lados chegaram a um acordo em princípio, mas a interferência britânica afetou o consenso, embora os especialistas sustentem que as exigências russas representaram, na verdade, a capitulação de Kiev.
Na quinta-feira, Donald Trump disse que tem o seu próprio prazo para um acordo entre Rússia e Ucrânia e insistiu que espera um entendimento rápido, após ter criticado Kiev pela demora e Moscovo pelos seus últimos ataques.
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