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Ucrânia: Rússia concentra ataques em Kiev e Lviv e não cede em Mariupol

Ataques aéreos russos e ataques com mísseis atingiram a capital da Ucrânia, Kiev, e outras grandes cidades este sábado, no que parece ser uma opção por intervenções de longo alcance em vez das operações de proximidade. Em Mariupol mantém-se o cerco.
REUTERS
16 Abril 2022, 18h13

A Rússia concentrou este sábado os seus ataques às cidades de Kiev, a capital, e de Lviv, desta vez com o recurso a armas de longo alcance, em detrimento de operações de proximidade. Como tem sido opção das tropas do Kremlin ao longo dos fins-de-semana da guerra, os ataques deste sábado permitiram observar-se um aumento da sua intensidade.

Entretanto, no porto sitiado de Mariupol, cenário dos combates mais pesados ​​da guerra e da pior catástrofe humanitária associada à guerra, as tropas russas pressionaram fortemente, esperando compensar o fracasso em capturar Kiev e tentado assegurar o controlo do Mar Negro, um dia depois do desastre que constituiu a perda do seu mais importante navio da frota ali estacionada.

“A situação é muito difícil em Mariupol”, disse o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. “Os nossos soldados estão bloqueados, os feridos estão bloqueados. Há uma crise humanitária… No entanto, estamos a defender-nos”.

Moscovo disse que os seus aviões de guerra atingiram uma fábrica de reparação de tanques em Kiev. Os militares ucranianos disseram que aviões de guerra russos que decolaram da Bielorrússia dispararam mísseis na região de Lviv, perto da fronteira polaca, e quatro mísseis de cruzeiro foram abatidos pelas defesas aéreas ucranianas.

Por seu turno, o governador da província de Kharkiv, no leste da Ucrânia, disse que pelo menos uma pessoa foi morta e 18 ficaram feridas num ataque com mísseis. Em Mykolaiv, uma cidade do sul, a Rússia disse ter atingido uma fábrica de veículos militares.

Todos estes ataques seguiram o anúncio da Rússia, na sexta-feira, de que intensificaria os ataques de longo alcance em retaliação por atos não especificados de ”sabotagem” e “terrorismo”, horas depois de confirmar o naufrágio do seu navio almirante no Mar Negro, o Moskva.

Kiev e Washington dizem que o navio, cujo naufrágio se tornou um símbolo do desafio ucraniano, foi atingido por mísseis ucranianos, mas Moscovo diz que a embarcação afundou após um incêndio e que a sua tripulação de cerca de 500 soldados foi evacuada.

Se Mariupol, o principal porto do Donbass, cair, será um grande revés para a Ucrânia, que está a concentrar os seus contra-ataques em torno de Azovstal, outra grande siderúrgica que ainda não cedeu.

O proprietário das duas gigantescas siderúrgicas de Mariupol, o homem mais rico da Ucrânia, Rinat Akhmetov, prometeu reconstruir a cidade. “Mariupol foi e sempre será uma cidade ucraniana”, disse à agência Reuters. A Ucrânia diz que até agora impediu os avanços russos em outras regiões de Donbass, em Donetsk e Luhansk.

Um assessor de Zelensky disse que o país precisa de um fornecimento mais rápido de armas da parte dos seus parceiros da União Europeia. “A Ucrânia precisa de armas. Não daqui a um mês, agora”, disse Mykhailo Podolyak. Ao mesmo tempo, a Rússia continua a servir-se do território da Bielorrússia para abastecer os seus exércitos – num contexto em que Putin parece determinado em capturar mais território naquela região do leste.

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