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Ucrânia: secretário de Defesa dos EUA fecha porta da NATO à Ucrânia em definitivo

Reunião da aliança esta quinta-feira em Bruxelas vai deixar claro quais são os limites das futuras negociações de paz com Moscovo, para as quais não foi convocado nem um único país europeu.
13 Fevereiro 2025, 10h52

O secretário de Defesa dos EUA e antigo comentador da Foxnews, Pete Hegseth, vai reunir com os seus homólogos da NATO em Bruxelas, um dia após o presidente Donald Trump dizer que conversou com Vladimir Putin sobre o fim da guerra na Ucrânia. Segundo a imprensa norte-americana, Trump disse que falou por mais de uma hora com Putin e que os dois esperam encontrar-se pessoalmente na Arábia Saudita em breve. Depois disso, falou Volodymyr Zelensky.

Zelensky mostrou-se confortável com as possíveis negociações – o que muitos comentadores acreditam que não pode ser verdade – dizendo que mantém um canal aberto com Trump. “Ninguém quer a paz mais do que a Ucrânia”, escreveu nas redes sociais. Tudo isto sucedeu poucas horas depois de Hegseth ter dito numa reunião internacional de apoiantes da Ucrânia (na quarta-feira, o Grupo de Contacto de Defesa da Ucrânia, composto por 46 nações) não apenas que Kiev não pode esperar retornar às fronteiras anteriores à invasão nem juntar-se à NATO.

Com todos os países europeus sem exceção fora do perímetro das negociações, a Ucrânia sabe que a sua caminhada para o interior da NATO está completamente bloqueada. E sabe também que esse bloqueio se manterá mesmo que no futuro possa vir a contar com uma administração democrata na Casa Branca: afinal, o anterior presidente Joe Biden nunca abriu as portas da aliança à Ucrânia. Do que Zelensky se pode amargamente queixar é de que diversos países da União Europeia que são também membros da NATO persistiram durante meses em enganar a Ucrânia exibindo uma porta aberta para o interior da NATO – quando essa porta nunca esteve aberta. O anterior secretário-geral na organização, Jens Stoltenberg (agora ministro das Finanças da Noruega) foi um dos que mais insistentemente disse que a Ucrânia entraria para a NATO quando sabia que isso nunca iria acontecer.

Vários países europeus insistiram entretanto que nenhuma decisão pode ser tomada sem a Ucrânia e que a prioridade deve ser colocar ao país invadido antes que essas negociações comecem. Mas esses países sabem que essa é a mais remota preocupação de Trump. Mas durante a reunião desta manhã na NATO , muitas perguntas serão feitas sobre qual será o papel dos países europeus – mas o mais certo é que saiam desiludidos do encontro.

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