O secretário de Defesa dos EUA e antigo comentador da Foxnews, Pete Hegseth, vai reunir com os seus homólogos da NATO em Bruxelas, um dia após o presidente Donald Trump dizer que conversou com Vladimir Putin sobre o fim da guerra na Ucrânia. Segundo a imprensa norte-americana, Trump disse que falou por mais de uma hora com Putin e que os dois esperam encontrar-se pessoalmente na Arábia Saudita em breve. Depois disso, falou Volodymyr Zelensky.
Zelensky mostrou-se confortável com as possíveis negociações – o que muitos comentadores acreditam que não pode ser verdade – dizendo que mantém um canal aberto com Trump. “Ninguém quer a paz mais do que a Ucrânia”, escreveu nas redes sociais. Tudo isto sucedeu poucas horas depois de Hegseth ter dito numa reunião internacional de apoiantes da Ucrânia (na quarta-feira, o Grupo de Contacto de Defesa da Ucrânia, composto por 46 nações) não apenas que Kiev não pode esperar retornar às fronteiras anteriores à invasão nem juntar-se à NATO.
Com todos os países europeus sem exceção fora do perímetro das negociações, a Ucrânia sabe que a sua caminhada para o interior da NATO está completamente bloqueada. E sabe também que esse bloqueio se manterá mesmo que no futuro possa vir a contar com uma administração democrata na Casa Branca: afinal, o anterior presidente Joe Biden nunca abriu as portas da aliança à Ucrânia. Do que Zelensky se pode amargamente queixar é de que diversos países da União Europeia que são também membros da NATO persistiram durante meses em enganar a Ucrânia exibindo uma porta aberta para o interior da NATO – quando essa porta nunca esteve aberta. O anterior secretário-geral na organização, Jens Stoltenberg (agora ministro das Finanças da Noruega) foi um dos que mais insistentemente disse que a Ucrânia entraria para a NATO quando sabia que isso nunca iria acontecer.
Vários países europeus insistiram entretanto que nenhuma decisão pode ser tomada sem a Ucrânia e que a prioridade deve ser colocar ao país invadido antes que essas negociações comecem. Mas esses países sabem que essa é a mais remota preocupação de Trump. Mas durante a reunião desta manhã na NATO , muitas perguntas serão feitas sobre qual será o papel dos países europeus – mas o mais certo é que saiam desiludidos do encontro.
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