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Ucrânia: Tropas russas já controlam a maior central nuclear da Europa

As tropas russas tomaram a central nuclear ucraniana de Zaporizhzhia, a maior da Europa, informou o regulador nuclear estatal da Ucrânia, acrescentando que a equipa da central controla o estado dos edifícios e garante seu correto funcionamento.
Bloomberg
4 Março 2022, 07h56

As forças russas bombardearam na noite de quinta-feira a maior central nuclear da Europa, no sul da Ucrânia, onde deflagrou um incêndio, que entretanto foi extinto pelos bombeiros.

As autoridades ucranianas garantiram que os seis reatores de Zaporizhzhia não foram afetados e que o incêndio atingiu apenas um edifício e um laboratório do local.

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades. As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de um milhão de refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia, entre outros países.

Rússia atacou a maior central nuclear da Europa durante a madrugada

Os bombeiros ucranianos já conseguiram extinguir o incêndio nas instalações da maior central nuclear da Europa, em Zaporizhzhia, causado por bombardeamentos russos, garantiu hoje o Serviço Estatal de Emergências da Ucrânia.

O serviço indicou que os 44 bombeiros e os 11 veículos envolvidos na operação conseguiram extinguir o fogo por volta das 06:20 (04:20 em Lisboa), não se registando qualquer ferido, de acordo com um comunicado publicado na rede social Facebook.

A operação de combate ao incêndio esteve em suspenso durante várias horas, por os bombeiros terem sido impedidos de aceder à central nuclear por tropas russas.

As autoridades ucranianas garantiram que os seis reatores de Zaporizhzhia não foram afetados e que o incêndio atingiu apenas um edifício e um laboratório do local.

As forças russas começaram a bombardear na noite de quinta-feira a maior central nuclear da Europa, no sul da Ucrânia, onde deflagrou um incêndio e existe uma “ameaça real de perigo nuclear”, divulgaram as autoridades ucranianas.

“Exigimos que parem os disparos com armas pesadas. Há uma ameaça real de perigo nuclear na maior central da Europa”, alertou o porta-voz desta estação, Andriy Tuz.

A central nuclear de Zaporizhzhia, na cidade de Enerhodar, é responsável pela produção de um quarto da energia da Ucrânia.

Também o autarca de Enerhodar denunciou bombardeamentos contra a central nuclear, que originaram um incêndio.

“Ameaça à segurança global. Como resultado do contínuo bombardeamento inimigo de edifícios e unidades da maior central nuclear da Europa, esta está a arder”, referiu Dmitry Orlov através da sua conta da rede social Telegram.

O autarca explicou que a guarda nacional confirmou a ocorrência de um incêndio e que irá defender a central.

O Presidente da Ucrânia acusou hoje Moscovo de recorrer ao “terror nuclear” e de “querer repetir” a catástrofe de Chernobyl, com o bombardeamento de uma central nuclear no centro do país.

“Alertamos todo o mundo para o facto de que nenhum outro país além da Rússia alguma vez disparou contra centrais nucleares. Esta é a primeira vez na nossa história, a primeira vez na história da Humanidade. Este Estado terrorista recorreu agora ao terror nuclear”, afirmou Volodymyr Zelensky, num vídeo difundido pela presidência ucraniana.

Bombardeamentos russos levaram à deflagração de um incêndio nas instalações da maior central nuclear da Europa, em Zaporizhzhia. As autoridades ucranianas já garantiram que os reatores não foram afetados.

A central de Chernobyl, local do pior desastre nuclear da história, em 1986, entretanto desativada, mas com um depósito de detritos nucleares, caiu nas mãos das tropas russas na semana passada.

A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) garantiu hoje que não foi detetada uma subida da radiação na maior central nuclear da Europa, ao contrário do que um funcionário do Governo ucraniano tinha dito à Associated Press.

O regulador nuclear ucraniano “informou a AIEA que nenhuma mudança foi registada nos níveis de radiação” na central de Zaporizhzhia, no sul da Ucrânia, apesar da deflagração de um incêndio após bombardeamentos russos, disse a AIEA na rede social Twitter.

Um funcionário, que pediu o anonimato, do Governo ucraniano indicou que níveis elevados de radiação tinham sido detetados perto de Zaporizhzhia, na cidade de Enerhodar, de acordo com a agência de notícias Associated Press.

O Serviço Estatal de Emergências da Ucrânia garantiu que o incêndio está “dentro das normas” e sublinhou que o fogo atingiu um edifício de formação e um laboratório, “fora da central nuclear”.

Numa mensagem colocada na plataforma Telegram, o serviço acrescentou que o sistema de energia da uma das unidades da central foi desligado como prevenção.

“O diretor da central indicou que a segurança nuclear já está garantida”, disse o chefe da administração militar da região de Zaporizhzhia, Oleksandre Staroukh.

Os bombeiros já conseguiram entrar na área da central, depois de terem também ido alvo de disparos, acrescentou o responsável, numa publicação na rede social Facebook.

A AIEA pediu o fim dos bombardeamentos na área junto à central, que é responsável pela produção de um quarto da energia da Ucrânia, e alertou “para um grave perigo se os reatores forem afetados”, escreveu a organização na rede social Twitter.

O diretor-geral da AIEA, Rafael Mariano Grossi, está em contacto com o primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, e com o operador da central nuclear para avaliar a situação, acrescentou.

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades. As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de um milhão de refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia, entre outros países.

O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a “operação militar especial” na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.

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