O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, será recebido pelo homólogo francês Emmanuel Macron na quinta-feira, e pelo chanceler alemão, Olaf Scholz, na sexta-feira, anunciaram hoje Paris e Berlim.
Uma reunião sobre a defesa da Ucrânia, prevista para sábado na base norte-americana de Ramstein (oeste da Alemanha), foi adiada depois de o Presidente norte-americano, Joe Biden, ter cancelado uma visita de Estado devido à passagem do furacão Milton.
Segundo a presidência francesa, Zelensky será recebido na quinta-feira no Palácio do Eliseu para uma “reunião bilateral”.
“Este encontro será a oportunidade para o Presidente da República (Macron) reafirmar a determinação da França em continuar a oferecer, de forma duradoura e com todos os seus parceiros, um apoio inabalável à Ucrânia e ao povo ucraniano”, adiantou o Palácio do Eliseu em comunicado.
Segundo um porta-voz do Governo alemão, Zelensky deverá apresentar, no encontro com Scholz, “medidas claras e concretas para um fim justo da guerra”, desencadeada pela invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022.
Uma fonte do governo alemão indicou na terça-feira que era “inteiramente concebível” que Berlim anunciasse um novo pacote de ajuda militar à Ucrânia nesta ocasião.
Depois dos Estados Unidos, a Alemanha é o segundo maior contribuinte para o financiamento do fornecimento de armas à Ucrânia, mas o país planeia reduzir para metade a sua contribuição orçamental no próximo ano, a fim de reduzir a despesa pública.
A cimeira de Ramstein pretendia ser “uma oportunidade para enviar um sinal forte a favor do apoio militar à Ucrânia”, segundo a mesma fonte governamental.
No entanto, o Governo de Olaf Scholz mantém a sua recusa em fornecer à Ucrânia mísseis de longo alcance, capazes de penetrar em território russo.
Zelensky, que utiliza cada viagem como uma plataforma para pedir mais ajuda contra a Rússia, lamentou recentemente que o Ocidente estivesse a “arrastar os pés” para fazer estas entregas ao seu país.
O chefe de Estado ucraniano é esperado em Roma na sexta-feira, onde será recebido pelo Papa Francisco no Palácio Apostólico, entre as 09:30 e as 10:00 locais (menos uma hora em Lisboa), de acordo com um breve comunicado de imprensa do Vaticano. De seguida, viajará para Berlim.
Na capital italiana, Volodymyr Zelensky irá reunir-se também com a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, indicou hoje o próprio numa conferência de imprensa em Dubrovnik, na Croácia.
Está ainda previsto para esta semana, referiu, um encontro com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer.
O Presidente ucraniano viajou hoje até à Croácia para uma cimeira que reúne os chefes de Estado, de Governo ou da diplomacia de 13 países (Albânia, Bósnia-Herzegovina, Bulgária, Croácia, Grécia, Kosovo, Moldávia, Montenegro, Macedónia do Norte, Roménia, Sérvia, Eslovénia e Turquia).
Zelensky encontrou-se pela primeira vez frente a frente com o primeiro-ministro croata, Andrej Plenkovic, com quem assinou um acordo sobre defesa, desminagem, cuidados a soldados feridos, cibersegurança, partilha de informações ou ainda a reconstrução.
A viagem de Zelensky – a sua primeira à Croácia – ocorre num momento difícil para a Ucrânia, mais de dois anos e meio depois da invasão russa.
O Presidente ucraniano – que utiliza cada viagem como uma plataforma para pedir mais ajuda contra a Rússia – lamentou recentemente que o Ocidente esteja a adiar as entregas de mísseis de longo alcance para o seu país.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991 – após a desagregação da antiga União Soviética – e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.
Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas confrontaram-se com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se.
As negociações entre as duas partes estão completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território, e a rejeitar negociar enquanto as forças ucranianas controlem a região russa de Kursk, parcialmente ocupada em agosto.
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